O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas, nesta terça-feira (27), à Vale (VALE3). O chefe de estado expressou preocupação com a recente tendência da mineradora de vender mais ativos do que produzir minério de ferro, argumentando que isso a afasta do papel de “monopólio” no setor mineral, afirmando que a companhia “não é dona do Brasil”. A fala ocorreu durante sua entrevista à emissora “RedeTV”.
“A Vale não pode pensar que ela é dona do Brasil. Ela não pode pensar que ela pode mais do que o Brasil. Então, o que nós queremos é o seguinte: as empresas brasileiras precisam estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro. É só isso que nós queremos”, afirmou.
Lula defendeu que a empresa deveria ser vista como apenas mais uma concorrente no mercado e também argumentou que há uma importância de que a Vale (VALE3) preste contas ao Brasil.
Na ocasião, o chefe de estado enfatizou a importância de todas as empresas brasileiras alinharem-se com as diretrizes do governo para promover o desenvolvimento do país.
Lula reiterou suas críticas à Vale (VALE3) em uma entrevista recente, mencionando que a empresa não está aproveitando plenamente suas minas e está perdendo terreno para concorrentes australianas.
“O que nós queremos é que a Vale tenha mais responsabilidade, inclusive a quantidade de minas que está na mão da Vale e que ela não explora há mais de 30 anos e fica funcionando como se fosse dona e vendendo. A Vale, ultimamente, está vendendo mais ativo do que produzindo o minério de ferro. E ela está perdendo o jogo para algumas empresas australianas. Então, o que nós queremos é ter uma nova política mineral.”
Lula diz não ter relação com sucessão na Vale
O presidente Lula ainda destacou que não está envolvido em discussões sobre a sucessão na empresa. O petista abordou o tema quando questionado sobre se o governo está tentando interferir no processo de sucessão da Vale (VALE3).
Essa questão surgiu devido aos bastidores, onde o Palácio do Planalto foi visto articulando para promover o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, para a direção da mineradora, algumas semanas atrás.
À época pode-se observar um movimento de Lula mirando um nome alinhado ao mandato para ocupar o cargo de CEO da Vale (VALE3). O governo tentou promover o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, para o ser escolhido para suprir a vaga, mas recuou diante da reação negativa dos acionistas e do mercado.
Eduardo Bartolomeo, atual presidente da Vale (VALE3), expressou confiança no Conselho de Administração da empresa para decidir sobre sua recondução ao cargo. Seu mandato se encerra em maio, e o Conselho está dividido quanto a essa questão, tendo discutido o assunto durante uma recente reunião sobre o balanço contábil da mineradora.
No entanto, a possível recondução de Bartolomeo enfrenta resistência de alguns acionistas, principalmente a Previ, o fundo de pensão do Banco do Brasil.