As varejistas brasileiras enfrentarão um cenário desafiador em 2025 devido à alta da inflação, dos juros e à redução do consumo discricionário. A avaliação é da Fitch Ratings.
Os analistas Renato Donatti e Pedro Gonzalez, que assinaram o relatório da agência de classificação, disseram que esses fatores podem prejudicar a recuperação de volumes dessas empresas, impactando a estrutura de custos, elevando a dívida e pressionando a geração de caixa.
“A habilidade das varejistas de reduzir investimentos, gerenciar capital de giro de forma efetiva e encontrar alternativas para proteger a rentabilidade será crucial para a manutenção das notas de crédito nos próximos dois anos”, disseram os analistas, de acordo com o Valor.
A agência de classificação espera que empresas como C&A, Guararapes, Grupo SBF, Havan, Grupo Mateus, Natura &Co, Oba e Smart Fit mantenham uma estrutura de capital robusta e melhorias na geração de caixa.
Contudo, companhias mais alavancadas, como Assaí, GPA, CVC, Pague Menos e Farmácias Nissei, devem registrar um crescimento no consumo de caixa, reduzindo sua capacidade de investimentos e expansão.
Nenhuma varejista tem riscos relevantes de dívida em 2025, resultado do processo de reestruturação que as empresas fizeram no pós-pandemia. Contudo, algumas podem precisar refinanciar dívidas para reduzir a pressão dos juros.
BTG aponta suas ações preferidas entre as varejistas para 2025
Dentro do setor varejista, os papéis de companhias de diferentes ramos foram apontados pelo BTG Pactual (BPAC11) como suas preferências. Entre eles estão o Mercado Livre (MELI34), Grupo Mateus (GMAT3), SmartFit (SMFT3) e Vivara (VIVA3).
Mesmo preferindo uma abordagem mais conservadora para os papéis do setor, o BTG vê que empresas com baixa alavancagem financeira e um momento operacional “decente” são vistas como oportunidades.
No caso do Mercado Livre, a equipe do banco afirmou que o e-commerce seguirá sendo uma tendência no Brasil nos próximos anos e que a empresa se destaca nesta vertente.
“Preferimos a exposição ao setor por meio de players horizontais com muito mais liquidez, sendo o Mercado Livre a melhor escolha”, afirmam os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli, Pedro Lima e Luis Mollo, de acordo com o “E-Investidor”.