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Varejo fecha 2024 com desaceleração, mas acumulado é o maior em 12 anos

Uma desaceleração foi observada ao final do ano em reposta ao aperto da política monetária do BC

Foto: Pixabay/varejo
Foto: Pixabay/varejo

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados do varejo de 2024. O setor registrou o maior crescimento em vendas ao longo de 12 anos. Uma desaceleração foi observada ao final do ano em reposta ao aperto da política monetária do BC (Banco Central).

Segundo o portal InfoMoney, o varejo de 2024 teve um ano amplamente positivo com resiliência em um mercado de trabalho aquecido, encarecimento do crédito e aumento da renda. As vendas varejistas registraram crescimento de 4,7%, sendo o oitavo ano de expansão e o ritmo mais intenso desde 2012.

De acordo com o economista Igor Cadilhac, a projeção para 2025 é de lentidão devido a redução dos estímulos fiscais e da alta taxa de juros.

“Apesar desse cenário desafiador, esperamos que a retração seja relativamente moderada. Alguns fatores devem ajudar a sustentar o consumo das famílias, como o mercado de trabalho aquecido e o aumento da massa salarial”, comentou.

Termos setoriais

Oito das onze atividades pesquisadas fecharam o ano com ganhos. O destaque da pesquisa foram artigos farmacêuticos, que acumula uma alta de 14,2% e uma sustentação de oito anos em crescimento contínuo, como informou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

A atividade que mais apresentou queda foi o setor de livros, jornais e revista. Um arrefecimento de 7,7%.

“O segmento de livros, jornais, revistas e papelaria já vem acumulando quedas há alguns anos, a última alta foi em 2022. Isso está relacionado ao crescente processo de digitalização de parte de seus produtos. O que vem sustentando essa atividade é o livro didático”, completou Santos.

Os dados do varejo são os mais recentes indicadores da desaceleração econômica no encerramento de 2024. Os desempenhos da produção industrial e prestação de serviços apresentaram métricas semelhantes.

Confiança do varejo cai 1,1% em janeiro, aponta CNC

O Icec (Índice de Confiança do Empresário do Comércio) da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) caiu 1,1% em janeiro, para 109 pontos, de acordo com informações divulgadas nesta terça-feira (28). Em relação a janeiro de 2024, a queda foi de 0,1%.

Segundo a CNC, o recuo é um sinal de menos otimismo entre os comerciantes neste início de ano. A confederação avalia que os varejistas foram impactados pelas dificuldade econômicas deste ano, além de se preocuparem com um aumento de gastos, que costuma ocorrer no início do ano.