No ano passado, o número de lançamentos de imóveis residenciais cresceu 27%, mas as vendas se elevaram em ritmo muito menor, de 4%, aponta indicador da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) com a Fipe.
Apesar do aumento percentual tímido das vendas, que começaram o ano aquecidas, mas se retraíram no segundo semestre, o número de unidades comercializadas, 143.576, é o maior já registrado pelo indicador, que existe desde 2014.
A quantidade de lançamentos também é recorde da série histórica, com 153.726 unidades –18 incorporadoras participam do levantamento.
O segmento de médio e alto padrão teve os aumentos mais expressivos, de 226% nas unidades lançadas, que chegaram a 64.505, e de 21% nas vendas, que atingiram 27.937 unidades.
No entanto é o segmento popular que domina a produção e as vendas das incorporadoras associadas à Abrainc. As unidades relacionadas ao programa Casa Verde e Amarela, o antigo Minha Casa, Minha Vida, foram 57,9% dos lançamentos e 80,2% de todos os imóveis comercializados, com 113.008 unidades, patamar estável em relação a 2020.
Os lançamentos de imóveis populares tiveram alta de 21% sobre o ano anterior.
A Abrainc também produz, em parceria com a Deloitte, um indicador de confiança do setor imobiliário residencial. A pesquisa sobre o quarto trimestre de 2021 apontou que os preços, que já vinham em movimento de alta, seguiram o processo de elevação, que deve continuar neste ano.
O setor, que registrou leve queda nas vendas no último trimestre, especialmente no segmento de médio e alto padrão, espera estabilidade. “No geral, os empreendedores estão otimistas com as perspectivas para 2022, mas atentos ao cenário econômico atual”, afirma Luiz França, presidente da Abrainc.
Entre as incorporadoras consultadas, 74% disseram que devem adquirir neste ano terrenos para futuros lançamentos.
Mesmo com o aumento da Selic e consequente elevação dos juros do financiamento imobiliário, além da inflação, que pressiona o preço das unidades, os distratos atingiram cerca de 11% das vendas de unidades no ano passado, patamar inferior aos 15% registrados em 2020.
As vendas líquidas de unidades, excluindo os distratos, somaram 126,7 mil imóveis em 2021, crescimento de 4,5% sobre o ano anterior.
A entidade ressalta que essa parcela era próxima de 50% em 2018 entre os imóveis de médio e alto padrão, antes das novas regras para a desistência dos contratos de compra.