Setor estabiliza

Vendas do varejo caem 0,1% em janeiro, diz IBGE

O setor fica apenas 0,6% abaixo do seu pico histórico, alcançado em outubro de 2024

Vendas do varejo caem 0,1% em janeiro, diz IBGE

Em janeiro de 2025, o comércio varejista brasileiro registrou uma variação de -0,1% no volume de vendas. Esse desempenho reflete estabilidade, com o setor ficando apenas 0,6% abaixo do seu pico histórico, alcançado em outubro de 2024.

Em comparação com janeiro do ano anterior, as vendas cresceram 3,1%, marcando a vigésima taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na Pesquisa Mensal de Comércio, nesta quinta-feira (14).

Cristiano dos Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio, destacou que, embora o setor tenha registrado sua terceira taxa negativa consecutiva, a análise dos últimos meses indica uma tendência de estabilidade.

“É importante lembrar que o recorde da série histórica foi atingido em outubro de 2024. Após esse pico, as variações ficaram muito próximas de zero, resultando nessa estabilidade nas altas”, afirmou.

Desempenho do varejo em janeiro

Se por um lado as vendas do varejo restrito apresentaram uma leve queda de 0,1%, sendo considerada estatisticamente estável pelo IBGE; Por outro lado, o varejo ampliado, que inclui segmentos como veículos, materiais de construção e atacarejo, teve um crescimento de 2,3% em comparação com o mês anterior. É o que destaca o economista Maykon Douglas.

“As vendas do varejo restrito caíram 0,1% em janeiro, o que é considerado estatisticamente estável pelo IBGE. O varejo ampliado, que inclui veículos, materiais de construção e atacarejo, registrou alta de 2,3% em comparação mensal”, afirmou Douglas.

O economista também destacou a queda nas vendas de artigos farmacêuticos, que recuaram 3,4%, e a retração nas vendas de hipermercados e supermercados, que diminuíram 0,4%. Esse desempenho foi atribuído, em grande parte, à inflação de alimentos nos últimos meses. 

“A maior queda foi registrada nas vendas de artigos farmacêuticos (-3,4%). As vendas de hiper e supermercados (-0,4%) também caíram mais uma vez, sobretudo em razão da inflação de alimentos nos últimos meses”, completou Douglas.

Em sua análise, Maykon Douglas ressaltou que, apesar das altas em segmentos como veículos e materiais de construção, o cenário ainda é preocupante. 

“Ao meu ver, foi mais um resultado ruim. Menos segmentos subiram na margem, e as principais altas se concentraram em componentes voláteis, cuja leitura não compensa as quedas anteriores. Além disso, a retração em itens mais sensíveis à renda, como supermercados e fármacos, também piora este qualitativo”, afirmou.

O especialista concluiu que os dados refletem um ritmo mais fraco da atividade econômica doméstica, indicando que o cenário ainda não é favorável para a recuperação do varejo.