As vendas do varejo em maio surpreenderam com crescimento de 1,2%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (11).
O resultado, que marca o quinto mês consecutivo de alta, ficou bem acima das expectativas do consenso LSEG de analistas, que previam queda de 0,9%.
No ano, a expansão acumulada é de 5,6%, enquanto nos últimos 12 meses, a alta é de 3,4%. Analistas esperavam alta anual de 4%.
Destaques
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas cresceu 0,8% na série com ajuste sazonal. A média móvel trimestral variou 0,1%.
Na série sem ajuste sazonal, o varejo ampliado cresceu 5,0%, acumulando no ano alta de 4,8% ante o mesmo período de 2023 e de 3,7% em 12 meses.
Maykon Douglas, economista da Highpar, chama atenção para as quedas no segmento de veículos (-2,3%) e materiais de construção (-3,5%).
“O comércio mais sensível às condições financeiras ainda enfrenta juros muito elevados, apesar das quedas anteriores na taxa Selic e da retomada das concessões de crédito desde o início do ano”, explicou Maykon, ressaltando que, apesar das quedas, os segmentos seguem em ritmo melhor do que o observado no ano passado.
Cinco das oito atividades pesquisadas ficaram no campo positivo em maio e as principais influências sobre o resultado geral foram exercidas por hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%).
Ainda segundo o economista da Highpar, a renda crescente e o emprego aquecido continuam a sustentar o dinamismo acima do esperado no comércio.
Vendas do varejo brasileiro têm alta de 0,3% no 1S24
No primeiro semestre de 2024 (1S24), o volume de vendas no varejo brasileiro registrou um aumento de 0,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com o Índice de Atividade Econômica Stone Varejo divulgado nesta quarta-feira (10).
Em relação ao mês anterior, junho apresentou uma leve queda de 0,1% na atividade, indicando estabilidade no desempenho mensal.
Entre os seis segmentos analisados, três apresentaram aumento no volume de vendas mensalmente, de acordo com pesquisa realizada pela empresa de tecnologia e serviços financeiros em parceria com o Instituto Propague.
O setor de livros, jornais, revistas e papelaria liderou o crescimento com uma alta de 1,7%, seguido por tecidos, vestuário e calçados com 0,6%, e material de construção com 0,5%.
Por outro lado, os outros três segmentos registraram queda no volume de vendas, conforme a pesquisa realizada pela empresa de tecnologia e serviços financeiros em parceria com o Instituto Propague.
Artigos farmacêuticos lideraram as perdas com uma queda de 1,0%, seguidos por móveis e eletrodomésticos com -0,6%, e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo com -0,5%.
“Com os dados deste mês, o cenário de incerteza pontuado no último relatório parece se resolver, mostrando que o primeiro semestre de 2024 se encerrou com uma tendência de estabilidade e leve alta quando comparado com os primeiros seis meses de 2023”, comenta em nota o pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, Matheus Calvelli.