As vendas do comércio varejista recuaram 0,1% em dezembro de 2021, mas fecharam o ano com uma alta acumulada de 1,4% em relação a 2020. Com isso, 2021 foi o 5º ano consecutivo de resultados positivos no volume de vendas no varejo. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O comércio apresentou um crescimento de 6,7% na primeira parte de 2021, mas registou uma sequência de quedas no segundo semestre, que encerrou com um recuo de 3,0%. Já em 2020, o comportamento foi o inverso, quando registrou queda de 3,2% nos primeiros seis meses e depois teve alta de 5,15% no segundo.
“Como o primeiro semestre de 2020 foi marcado pelo início da pandemia de Covid-19 no Brasil, com o fechamento do comércio durante vários meses em boa parte do país, a base de comparação para o primeiro semestre de 2021 era baixa e, portanto, o crescimento nesse período era esperado. Já a segunda metade de 2020 foi marcada pela retomada das atividades, enquanto que o mesmo período de 2021 não teve tanta força para o volume de vendas no varejo”, explica Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
Cinco setores fecharam o segundo semestre com recuos. “A atividade de Móveis e Eletrodomésticos teve queda também na passagem de novembro para dezembro (-17,6%). A atividade registra sete meses consecutivos de resultados negativos na comparação interanual, tendo exercido o maior impacto (-1,8 ponto percentual) no total do varejo para o ano. A perda de 7,0% com relação ao ano de 2020, inverte a trajetória de alta (10,6%) registrada na passagem de 2019 para 2020 com relação a 2019”, destaca Santos.
O pesquisador acredita que o segmento ainda não se adaptou ao rearranjo no consumo desses produtos que ocorreu por conta da pandemia da Covid-19.
“Houve uma antecipação de compras por parte dos consumidores, que resultou em um crescimento rápido seguido de queda. Além desse deslocamento do consumo, o setor sofre interferência da alta do dólar e da redução da renda e, portanto, do poder de consumo da população”, acrescenta.
O varejo ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e Material de construção, fechou 2021 com elevação de 4,5%, ante a perda de 1,4% registrada no ano anterior. “A inflação continua exercendo impacto nos indicadores, uma vez que a variação de receita nominal de vendas do varejo é positiva em 0,3%, na passagem de novembro para dezembro”, conclui Santos.