Avanço de 8,3% frente a 2023

Volume de viagens no país quase dobrou desde pandemia, diz IBGE

Em 2023, o Brasil tinha estimados 77,4 milhões de domicílios permanentes, um aumento de 8,3% em relação a 2021

Foto: pexels
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O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (13) que o número total de viagens realizadas no Brasil quase dobrou entre 2020, início da pandemia, e 2023. A informação consta na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua – Turismo 2023.

O estudo, que faz parte da PNAD Contínua, é baseado em entrevistas com cerca de 70 milhões de domicílios e investiga as viagens realizadas três meses antes das entrevistas. 

Em 2023, o Brasil tinha estimados 77,4 milhões de domicílios permanentes, um aumento de 8,3% em relação a 2021, quando o número era de 71,5 milhões.

Durante o início da pandemia em 2020, foram registradas 13,6 milhões de viagens. Esse número caiu para 12,3 milhões em 2021, mas aumentou para 21,1 milhões em 2023. 

O módulo de turismo não foi realizado em 2022 devido à falta de renovação do convênio entre o IBGE e o Ministério do Turismo, o que impediu a coleta de dados de viagens para esse ano.

“No pós-pandemia, as pessoas voltaram a viajar”, resumiu William Kratochwill, pesquisador do IBGE, ao comentar a Pnad Turismo 2023. “Notadamente a pesquisa de turismo, em 2020 e em 2021, mostra que aconteceu um ‘fechamento do mundo’ [para viagens]”, resumiu.

A pesquisa revelou um crescimento na proporção de domicílios que realizaram pelo menos uma viagem durante o período analisado. Em 2020, 13,9% dos lares (equivalente a 9,9 milhões de residências) registraram pelo menos uma viagem. 

Esse percentual caiu para 12,7% em 2021, abrangendo 9,1 milhões de domicílios, mas voltou a subir para 19,8% em 2023, alcançando 15,3 milhões de residências.

“O número de domicílios em que houve viagem aumentou em 68,5% de 2021 para 2023”, completou o pesquisador.

IBGE aponta PIB e serviços no maior patamar da série histórica

A pesquisa de Contas Nacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) indicou que o PIB (Produto Interno Bruto) e os serviços se encontram no maior patamar da série histórica, enquanto indústria e agropecuária estão abaixo do pico da série.

“PIB e serviços estão no maior patamar da série histórica da pesquisa. Pela ótica da oferta, continua o crescimento dos serviços. E cerca de dois terços do PIB são correlacionados com serviços. PIB e serviços têm curvas parecidas”, afirmou Rebeca Palis, a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Na linha negativa, a indústria está 5,4% abaixo do maior patamar da série histórica, registrada no terceiro trimestre de 2013.

Mesmo assim, o setor cresceu 1,8% no segundo trimestre de 2024, ante o primeiro trimestre.

Já a agropecuária ficou cerca de 5,8% abaixo do primeiro trimestre de 2023, que foi quando registrou seu maior patamar do setor na série histórica da pesquisa.

“Agropecuária ainda está em patamar alto, mas em relação ao ano passado, está abaixo. O ano de 2023 foi de protagonismo da agropecuária, mas este ano não está sendo muito bom para a agropecuária”, disse Palis.