Negócios e economia

Xi Jinping pede comércio mais livre visando retorno de Trump

O presidente da China, Xi Jinping, discursou durante a turnê diplomática de uma semana na América do Sul

Xi Jinping, presidente da China/Foto: RS/Fotos Públicas
Xi Jinping, presidente da China/Foto: RS/Fotos Públicas

O presidente da China, Xi Jinping, afirmou que a região da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) deve pressionar por um comércio mais livre, visto que a cooperação enfrenta um “crescente protecionismo”, segundo a imprensa chinesa. 

A cúpula da Apec vê uma ameaça se aproximando a partir do retorno de Donald Trump à Presidência dos EUA. 

“Devemos desmantelar o muro alto que divide o fluxo de comércio, investimento, tecnologia e serviços, e manter uma cadeia de suprimento industrial estável e suave”, disse Xi Jinping neste sábado (16), segundo a emissora estatal “CCTV”.

O presidente da China discursou durante a turnê diplomática de uma semana na América do Sul, iniciada esta semana.

Ele chegou ao Peru para participar da cúpula da Apec, que incluiu a inauguração de um megaporto na costa do Pacífico.

Estava previsto um encontro entre o líder chinês e o atual presidente dos EUA, Joe Biden, no sábado (16), para as primeiras conversas em sete meses entre os líderes, segundo a “CNN Brasil”.

Enquanto Pequim procura ampliar seu comércio e influência no Ocidente, Xi Jinping partirá do Peru rumo ao Brasil para participar da cúpula do G20 no Rio de Janeiro, e também deve permanecer para uma visita de Estado ao País.

Brasil e China preparam acordos em diversas áreas para visita de Xi Jinping

Uma série de acordos bilaterais e memorandos de entendimento devem ser anunciados pelo Brasil e pela China nas áreas de agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, finanças e ciência e tecnologia na próxima semana.

Durante a visita do presidente Xi Jinping, ao Brasil no dia 20 de novembro, serão anunciados os acordos. O chefe de Estado chinês será recebido pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília.

“Há sinergias entre as políticas de desenvolvimento e programas de investimentos de Brasil e China com foco em finanças, infraestrutura, desenvolvimentos de cadeias produtivas, transformação ecológica e tecnologia que poderiam beneficiar os programas Novo PAC, Nova Indústria Brasil, plano de transição ecológica e rotas de integração sul-americana”, disse Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério de Relações Exteriores.

No entanto, durante conversa com a imprensa, ele não detalhou sobre a aderência ou não do Brasil à iniciativa chinesa conhecida como “Nova Rota da Seda”.

Quanto à declaração conjunta entre o Brasil e a China, aprovada no ano passado, Saboia afirmou se tratar de “aprofundar sinergias” e que não daria “spoilers” em torno do tema.

“O foco é sinergia, é somar, é energizar para criar resultados que beneficiem os nossos países”, disse o secretário, de acordo com a “CNN Brasil”.

Alguns protocolos para a exportação de mais produtos agrícolas brasileiros à China estão sendo negociados para a visita de Xi Jinping. Além disso, os investimentos também são uma linha a ser tratada.