Conforme estimativa da XP Investimentos, a recente elevação definida pelo governo no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é equivalente a uma alta de 0,25 a 0,5 ponto percentual da Selic (taxa básica de juros).
Dessa forma, três principais segmentos devem ser afetados pela medida: seguros (sobretudo na pensão privada VGBL), crédito corporativo e operações cambiais.
A avaliação da XP aponta que a mudança encarece o crédito e reduz a necessidade de o BC (Banco Central) seguir com o ciclo de altas da Selic para controlar a inflação.
Com isso, a expectativa dos analistas é que a taxa de juros brasileira fique estável na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
“No entanto, o aumento do IOF não terá o mesmo impacto que o aumento da taxa básica de juros sobre as expectativas de inflação, o consumo intertemporal e a taxa de câmbio”, ressaltou o relatório da XP publicado no domingo (25).
“Ainda assim, parece seguro afirmar que um IOF mais alto pode substituir, no cenário base da nossa equipe macroeconômica, o aumento final de 25 pontos-base previsto para junho, encerrando o atual ciclo de alta”, pontuou a casa, segundo a CNN Brasil.
O estrategista-chefe da XP, Fernando Ferreira, reforçou, em entrevista ao CNN Money, que esse aumento no custo do crédito pode fazer com que as empresas recalculem a rota para emissão de dívidas.
“Empresas que tenham mais alavancagem, empresas mais endividadas, empresas de setores mais dependentes de capital de giro e que tenham negócios mais intensivos em capital tendem a sofrer mais com esse aumento do custo do crédito por conta da alta do IOF”, indicou Ferreira.
CVM rejeita acordo de R$ 1,75 milhão proposto pela XP
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) recusou, por unanimidade, uma proposta de acordo no valor de R$ 1,75 milhão apresentada pela XP Investimentos, na terça-feira (20). A proposta visava encerrar um processo administrativo iniciado em 2020 que apura supostas irregularidades, incluindo práticas enganosas, uso indevido de marcas e falhas de fiscalização.
O pedido foi levado à comissão pelos diretores da XP Guilherme Benchimol, Gabriel Klas da Rocha Leal e Guilherme Sant’Anna, além da InvestSmart e seus sócios Samyr Castro, Marcel Navarra e Bruno Leonardo Siqueira da Hora.
A Procuradoria Federal Especializada junto à CVM avaliou que não havia impedimentos jurídicos para o acordo. No entanto, o Comitê de Termo de Compromisso (CTC) considerou a proposta inadequada, destacando a gravidade das condutas investigadas e a desistência anterior dos proponentes em duas ocasiões. As informações foram apuradas pelo portal Economic news Brasil.
A economia processual reduzida também foi citada como agravante, já que o inquérito administrativo está praticamente concluído e os valores financeiros propostos foram considerados abaixo do que seria adequado para uma resolução.