Depois do IPCA registrar dados acima do esperado para outubro, a expectativa da XP para a inflação ao consumidor aumentou para dois dígitos ao final deste ano.
Sob a nova ótica, a gestora espera que o índice suba 10,1% neste ano, ante projeção passada de 9,5%. Já para 2022, a estimativa permaneceu em 5,2%.
A perspectiva da XP foi alterada em resposta a alta de 1,25% do IPCA no mês anterior, maior variação para o mês desde 2002 (1,31%). Em 12 meses, o avanço foi de 10,67%, resultado mais forte desde janeiro de 2016 (+10,71%).
“A surpresa do mês acima do projetado confirma leitura desafiadora da inflação, pressionada tanto pelos repasses em curso dos elevados custos de produção quanto pelo efeito da aceleração dos preços dos serviços”, disse Tatiana Nogueira, economista da corretora, em relatório.
Além disso, a economista pontuou pressões inerciais para o próximo ano, enquanto sinais de persistência inflacionária seguem valendo tanto no Brasil como em grandes economias, entre elas China, países da Europa e os Estados Unidos.
“Por outro lado, boa parte dessas pressões estão mapeadas em nossa projeção”, afirmou. Isso justificaria a manutenção, por ora, da projeção para o IPCA de 2022.