A XP reduziu a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e espera juros, dólar e inflação mais altos no final de 2021 e em 2022. A nova avaliação foi decorrente das recentes movimentações do governo.
Foi anunciado o aumento do teto de gastos, com a finalidade de ampliar o novo Bolsa Família, o Auxílio Brasil, e outras despesas.
“Em nossa opinião, estamos observando uma mudança de regime na condução da política fiscal, e não apenas uma piora na margem”, disse Caio Megale, economista-chefe da XP, em relatório, de acordo com o Valor. “Julgamos que o arcabouço fiscal brasileiro mudou nas últimas semanas, para permitir uma trajetória de gastos maior adiante”, continuou.
Nesta conjuntura, a corretora espera que a taxa de câmbio fique em torno de R$ 5,7 por dólar em 2021 e 2022.
Em relação à inflação, a projeção avançou de 9% para 9,1% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no final deste ano. Já para 2022, a expectativa é de inflação de 5,2%, ante 3,9% projetado anteriormente. “A inflação mais elevada a frente acontece não apenas pela depreciação cambial, mas porque passamos a incorporar um prêmio de desancoragem fiscal nas expectativas de inflação dos agentes”, destaca relatório.
No que diz respeito à taxa de juros, Megale e os analistas da XP esperam que a alteração no quadro fiscal mude o cenário base do Banco Central, que deve agir tempestivamente.
“Esperamos agora uma aceleração no ritmo de alta da taxa básica Selic nas duas próximas reuniões do Copom (outubro e dezembro) para 1,5 ponto percentual. Antes esperávamos 1 ponto percentual. Projetamos ainda altas de 1 ponto percentual e 0,75 ponto percentual nas reuniões do comitê em fevereiro e março de 2022, levando a Selic no final do ciclo para 11%”, diz o documento.