XP revisa expectativas de inflação e eleva projeções para 2021/22

Com alta 7,3% em 2021 e 3,7% em 2022

A XP reavaliou para cima suas expectativas de inflação para 2021/22, com os reflexos das geadas e secas, pressão dos combustíveis e o crescimendo na demanda decorrente da reabertura da economia compondo um cenário “desafiador” para a dinâmica de preços. As informações são da Reuters.

Agora a XP estima o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em alta de 7,3% em 2021, ante projeção anterior de 6,7%. Para 2022, a expectativa é de que o índice suba 3,7%, contra 3,6% anteriormente.

“Reaceleração da inflação de alimentos, choque nos preços de bens administrados, especialmente combustíveis e energia elétrica, persistência na alta de bens industrializados e (…) aceleração ainda mais forte nos preços de serviços” estão entre os fatores levados em consideração, afirmou em relatório Tatiana Nogueira, economista da XP.

“Dessa forma, inflação do ano deve superar 7%, elevando também as medidas de núcleos e gerando preocupação para a inflação do ano que vem”, disse.

Entre os componentes do IPCA, a XP espera alta mais intensa nos preços dos alimentos, projetando salto de 8,3% em 2021 devido ao “efeito das geadas e perspectivas climáticas um pouco piores para o segundo semestre”. A estimativa anterior era de alta de 7,3% neste ano.

A inflação dos bens industrializados deve ficar em 7,8% em 2021, segundo o relatório, em meio a custos elevados e resiliência da demanda.

Sobre os preços dos bens administrados, para a XP devem subir 11% no ano, considerando o reajuste recente no preço da gasolina, com hipótese de reajuste adicional da taxa cobrada na bandeira vermelha nas contas de energia.

Em serviços, a XP elevou sua projeção para a inflação a 3,9% em 2021, ante estimativa anterior de 3,6%, apontando demanda aquecida em meio à reabertura da economia.

Já para 2022, a XP explicou que “a inflação mais alta este ano gera inércia para o ano seguinte, especialmente nos serviços inerciais e bens administrados”. Ainda assim, “a alta mais intensa dos juros e a esperada desaceleração da atividade – em meio a um desemprego ainda elevado – devem evitar parcialmente que choques pontuais se propaguem pelos demais preços da economia”.

Dados divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a inflação medida pelo IPCA acelerou com força em julho e atingiu o nível mais alto para o mês em quase 20 anos, com o índice saltando 0,96%.