Na zona do euro, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), avançou 7,4% em março em relação ao ano anterior. O índice que mede a inflação também aumentou na comparação com o mês de fevereiro, que registrou alta de 5,9%.
Os dados divulgados pelo Eurostat, o escritório de estatísticas da União Europeia (UE), mostram que a inflação de março é a mais alta já registrada na história do bloco. O índice ficou levemente abaixo do esperado por economistas, de 7,5%.
O núcleo do CPI, que exclui preços de alimentos e energia (os mais voláteis), registrou alta de 2,9% em março, também levemente abaixo dos 3% esperado pelos analistas. Em relação a fevereiro, a alta foi de 1,2%.
Dessa forma, a principal contribuição para o avanço da inflação é decorrente dos preços de energia, que responderam por 4,36% do resultado geral, seguido por serviços (1,12%) e alimentos e bebidas (1,07%).
O avanço do índice da inflação na zona do euro é outro indício do aumento da inflação global devido ao aumento dos preços generalizado decorrente da guerra na Ucrânia e às sanções impostas à Rússia. Os altos preços de energia e interrupções na cadeia de abastecimento global são agravados pela atual situação geopolítica.
Zona do euro e UE sentem pressões econômicas com guerra da Ucrânia
Os países da União Europeia têm sentido os efeitos das sanções econômicas impostas à Rússia em retaliação à invasão à Ucrânia. A UE já suspendeu a importação de petróleo e gás do país governado por Vladimir Putin. Em uma coletiva de imprensa em Versalhes, na França, no mês passado, o presidente do Conselho Europeu disse que a Europa precisa se libertar da dependência energética da Rússia.
Charles Michael afirmou que “a questão da dependência é muito grande, temos uma dependência muito grande da Rússia e queremos nos libertar. Para o próximo inverno já precisamos ter um plano”.
A UE e a Zona do euro estão trabalhando no 6º pacote de sanções contra a Rússia. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou que a nova rodada de medidas devem atingir bancos russos que vinham sendo poupados e o setor de petróleo. “As exportações de bens para a Rússia caíram 70%. Centenas de grandes empresas e milhares de especialistas deixaram o país. O PIB da Rússia, de acordo com as previsões atuais, irá diminuir em 11%”, afirmou no domingo (17).