Muitos acreditam que os juros são responsáveis única e exclusivamente pelo impacto no crédito, no entanto, existem outras instâncias que ele também influencia, como os investimentos, direta ou indiretamente. Alguns rendimentos, como o da renda fixa, têm desempenho inversamente proporcional ao do crédito porque se beneficiam dos juros altos. Os investimentos em renda variável também são impactados pela taxa básica de juros.
A taxa de juros é um dos principais instrumentos monetários para controle da inflação. Quando a taxa de juros sobe, a moeda nacional (chamada de doméstica) tende a se valorizar, diminuindo o nível de preços dos bens comercializáveis internacionalmente quando expressos em moeda nacional. A decisão de elevar ou não a taxa de juros (Selic) considera a perspectiva macroeconômica, e principalmente os posicionamentos adotados pela maior potência mundial, os Estados Unidos.
O EUA, por sua vez, mede a inflação referente ao seu país através do Federal Reserve (Banco Central estadunidense, Fed). O objetivo de inflação média do Fed não conseguiu ser atingido, e atualmente, o país encontra-se em sua maior alta do custo de vida desde 1982.
Quando a taxa de juros sofre aumento em países desenvolvidos, especialmente nos EUA, o mercado financeiro enfrenta uma migração dos investidores que saem de bolsas de países emergentes, como é o caso do Brasil, por haver maiores riscos nos investimentos, para países que apresentam maiores estabilidades. Este fenômeno é chamado de “flight-to-quality”.
Com o desempenho de potências mundiais e importantes parceiros comerciais em baixa, cresce a preocupação com os possíveis impactos na economia do Brasil. Dessa forma, em um cenário internacional com elevação de juros, a resposta para controlar a inflação nacional é um reajuste sobre o medidor de maneira que os juros sofram uma elevação.