Educação financeira

CRI e CRA: o que são e como investir?

Entenda como funcionam os Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio

O CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e o CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) são títulos privados lastreados – como próprio nome infere – em créditos imobiliários (financiamentos residenciais, comerciais ou para construções, além de contratos de aluguéis de longo prazo) e do agronegócio (empréstimos relacionados à produção, à comercialização, ao beneficiamento ou à industrialização de produtos, insumos ou máquinas do agronegócio).

Tanto o CRI quanto CRA possuem semelhanças com outras modalidades de investimento, principalmente as Letras de Crédito, entretanto, a LCI e LCA são normalmente emitidas pelos bancos e os Certificados de Recebíveis, por sua vez, são emitidos e pagos pelas próprias empresas interessadas em captar recursos, por meio de um processo chamado de securitização, que funciona como uma espécie de antecipação de recebíveis. 

No processo de um CRI ou de um CRA podem ser encontrados recebíveis de valores diferentes, prazos distintos e remunerações específicas. O que a securitização faz é exatamente uniformizar essa cesta em um papel com taxas e riscos determinados e um fluxo de pagamentos definido. 

Para o investidor mais experiente, o mecanismo dos CRIs e CRAs não é novidade, pois se parece com outras aplicações de renda fixa: compram-se os papéis e, em troca de manter os recursos aplicados, recebe-se uma remuneração em juros. 

Os Certificados Recebíveis também podem ter rentabilidade prefixada, pós-fixada ou atrelada à inflação. Os títulos com rentabilidade prefixada têm rendimento estabelecido no momento da compra do papel. Já nos pós-fixados, a rentabilidade é paga a partir da oscilação de um indicador econômico, como a taxa de juros real ou mesmo a Selic. Quando estão atrelados à inflação, possuem uma parcela prefixada e outra pós-fixada de rentabilidade. 

Via de regra, os Certificados de Recebíveis são investimentos com vencimento de longo prazo – de pelo menos 2 anos, podendo chegar a mais de 15 anos. Para receber a remuneração acordada na época da emissão, o investidor deve manter a aplicação durante todo esse período. 

Apesar de serem mais rentáveis que os títulos públicos, o nível de dificuldade para resgatar o dinheiro aplicado no CRI e CRA é algo que precisa ser levado em consideração, já que são vistos como produtos de baixa liquidez, o que complica a vida de quem eventualmente precise do dinheiro de volta antes da data de vencimento. Além disso, não são papéis cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), podendo então desencadear um problema dado ao perfil de maior risco ao qual o produto se expõe. 

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