O Brasil tem fraca cultura de investimento, reflexo da realidade dos 27,2 milhões de brasileiros que se encontram em situação de pobreza, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Um outro estudo, desta vez elaborado pelo Banco Mundial, aponta que 44% dos brasileiros, o que equivale a mais de 70 milhões de pessoas acima dos 15 anos, consideram impossível levantar o montante de R$ 2.500 numa necessidade extrema.
Esses dados explicam por si só o motivo do número total de investidores no Brasil não passarem de 1,5% da população brasileira, de acordo com levantamento feito pela B3, bolsa de valores brasileira. Por esta não ser uma área popular criam-se mitos sobre o mercado financeiro que iremos desmistificar neste artigo.
Ações podem ser uma excelente opção para alocar parte de sua carteira de investimentos. Investir em ações parece ser algo mais complicado do que parece. A insegurança, o medo e a desconfiança acompanham desde investidores que realizam seus primeiros investimentos até aqueles mais experientes.
Ao se falar em investir em ações, uma grande maioria tem o primeiro pensamento vindo à mente de que é um ambiente de extremo risco. De fato, a bolsa brasileira é caracterizada por possuir volatilidade no curto prazo. Este fato assusta muitas pessoas de fora do mercado financeiro e até mesmo investidores. No entanto, o que é importante que se entenda é que o maior risco de investir no mercado de ações não está na volatilidade dele, e sim na ausência de conhecimento sobre como atenuá-lo. Para entender melhor, veja quais são os riscos reais de investir em ações.
Liquidez
Liquidez é a capacidade de conversão de um bem em dinheiro. Ou seja, é a rapidez com a qual você consegue se desfazer de algo que você possui para receber dinheiro em mãos. No cenário da bolsa de valores, a liquidez se aplica diretamente dificuldade de encontrar rapidamente compradores para as ações que você queira vender. Este risco pode ser reduzido ao comprar os papéis de uma empresa que apresenta firmeza no mercado. As ações de empresas sólidas, também chamadas de Blues Chips tendem a ser bastante demandas na Bolsa, logo, boa liquidez.
Risco da companhia
Ao pensar em investir em ações é necessário avaliar os dados trimestrais da companhia que se pretende aplicar. Avaliar se a empresa tem crescimento ou prejuízo; analisar o Ebitda, índices de rentabilidade e endividamento; observar se a empresa possui problemas de caixa ou de crescimento tendem a ser mal avaliadas pelo mercado financeiro. Estes fatores irão dizer se a companhia possui risco ou se são uma boa opção de empreitada.
Risco de mercado
Como dito anteriormente, o mercado de ações é caracterizado pela volatilidade e isso significa dizer que a performance dos papéis e dos índices das bolsas de valores estão sujeitas a circunstâncias macroeconômicas externas e internas. Por serem variáveis, não há a possibilidade de preveni-las antes dela vir a acontecer. Mas claro, há estudos de especialistas com previsões que preparam de maneira geral o que esperar do mercado. Riscos como, por exemplo, o aumento da intervenção estatal nos bancos públicos pode fazê-los interferir e reduzir a competitividade no mercado. Risco como esses está fora do controle da empresa.
Como reduzir os riscos
Ter uma carteira diversificada irá reduzir grandemente as possibilidades do investidor entrar em uma situação de perda de grandes recursos. Ao diversificar sua carteira, você dilui o risco ao investir em ações de setores e características diferentes e mantém uma boa rentabilidade média. Existem muitas alternativas quando se trata de investir. Para os que buscam uma rentabilidade garantida, a melhor saída é a renda fixa. Os emissores de títulos de renda fixa podem ser bancos, empresas e o próprio governo. Em tempos de alta inflacionária e por consequência da Selic e IPCA, esta se faz uma ótima alternativa para lucros, uma vez que títulos atrelados ao CDI, ele se beneficia com o aumento dos juros.
Tendo em vista que cada investidor tem um perfil de risco e uma necessidade diferente, a melhor forma de reduzir os riscos é refletir se o retorno é aguardado a um período de curto, médio ou longo prazo e a partir daí traçar estratégias de investimento que reduzam o máximo de riscos possíveis.