Educação financeira

Onde investir com Selic a 9,25% ao ano?

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), anunciou no dia 8 de dezembro a elevação da taxa básica de juros de 7,25% para 9,25% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), anunciou no dia 8 de dezembro a elevação da taxa básica de juros de 7,25% para 9,25% ao ano, subindo a 1,5  ponto percentual. Essa é a sétima alta seguida da Selic. Na última reunião, o comitê aumentou a taxa de 6,25% para 7,75%

A taxa foi elevada pela primeira vez em seis anos em março de 2021, passando de 2% para 2,75% ao ano. O reajuste realizado no início de 2021 foi o primeiro de acréscimo feito desde julho de 2015, quando a taxa estava em 14,25% ao ano e ocorreu os cortes contínuos até que o percentual chegou, em 2020, ao menor já registrado na história, de 2%. 

Agora, a taxa básica de juros atinge o maior patamar em mais de quatro anos. Em julho de 2017, a Selic estava em 10,25%

Quais os impactos da alta da Selic nos diversos tipos de investimentos?

Após o anúncio de alta da taxa de juros os investidores se questionam sobre os possíveis impactos no cenário da Bolsa Brasileira, pois com a elevação da Selic, a princípio, a rentabilidade da renda fixa se torna mais atrativa, assim dificultando o investimento em ações. Porém, boa parte dos analistas defendem que o aumento da taxa de juros não deve refletir negativamente no desempenho do Ibovespa ou impactar o fluxo de renda fica para ações.

Alguns setores podem ser diretamente impactados de forma positiva enquanto outros podem sofrer influências negativas.

Os bancos e seguradoras são beneficiados com a elevação da Selic, respectivamente, pelos motivos da diferença entre o custo de captação e os juros cobrados dos clientes, além da receita operacional advinda da venda de seguros ter as aplicações feitas no mercado financeiro como uma de suas fontes relevantes de receita. A alta da taxa também atrai investidores estrangeiros que buscam rentabilidade, o que ocasiona maior entrada de dólares na economia. 

Empresas de varejo e de construção civil tendem a ser impactadas negativamente devido a taxa de financiamento mais alta acabar sendo mais custosa para os clientes. Setores do ramo de varejo, elétrica e locação de veículos podem também sofrer com o aumento da taxa de juros, sendo as mais afetadas por um desestímulo no consumo, que pode ocorrer diante da vantagem de aplicar o dinheiro em renda fixa assim o tirando da rota de compra. 

Os investimentos em Fundos Imobiliários podem sofrer impacto porque o aumento da Selic interferindo no avanço do CDI tornando os investimentos de renda fixa mais interessantes, influenciando assim a decisão dos investidores. Especialistas defendem que mesmo com a migração de investidores para renda fixa não mudará drasticamente o número de investidores de Fundos Imobiliários, pois mesmo num período em que a Selic estava em patamares elevados havia um crescimento no mercado, por oferecerem retornos atrativos que competem com a Selic.

Confira algumas opções de investimentos para ganhar com a elevação da Selic:

Tesouro IPCA

Esse tipo de investimento é um dos mais populares do país por realizar a negociação de títulos públicos, que são os mais seguros do mercado. A partir de R$ 30 já é possível começar a investir no Tesouro Direto. 

O Tesouro IPCA está atrelado ao índice inflacionário e as aplicações apresentam ganhos tanto com a taxa básica de juros do período em que foi aplicado, como também com o avanço da inflação. Porém,  os ganhos só são materializados se o dinheiro for resgatado na data de vencimento.

CDBs, LCIs e LCAs

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos de renda fixa.

O CDB é um título privado emitido pelos bancos com objetivo de captar recursos. Já LCI e LCA são semelhantes ao CDB, porém as LCIs são garantidas por hipotecas e as LCAs têm lastro em operações de crédito rural.

Fundos Imobiliários de papel

Os Fundos Imobiliários (FIIs) de papel são investimentos de renda variável que alocam recursos em títulos e papéis do mercado de imóveis, como LCI.

Os investimentos em Fundos Imobiliários podem sofrer impacto porque o aumento da Selic interferindo no avanço do CDI tornando os investimentos de renda fixa mais interessantes. Porém, os fundos imobiliários de papel não envolvem a administração de imóveis físicos, o que reduz o risco desse investimento em comparação a outros ativos de renda variável.

Fundos multimercados

Os fundos multimercado são fundos de investimento que distribuem recursos dos seus investidores em renda fixa, câmbio e ações , dando ao gestor a liberdade de realizar aplicações em todas as classes de ativos.

Por meio dessa modalidade, o gestor pode escolher qual estratégia adotar diante das mudanças do mercado, como as altas e baixas da Selic, considerando seu perfil e objetivos pessoais.

Bolsa

Você agora deve estar se perguntando: não estamos falando de Selic e renda fixa, como assim vou investir na Bolsa? A ideia é que você não invista em qualquer ação, e sim naquelas que se valorizem com a alta da taxa básica de juros, com os grandes bancos – Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Itaú Unibanco.

Além disso, as seguradoras também costumam se beneficiar com a alta dos juros, como a SulAmérica e Porto Seguro.