A B3 anunciou na última sexta-feira (8) a criação de uma plataforma para negociação de créditos de carbono em parceria com a ACX Group em um acordo que prevê desembolsos por parte da Bolsa de até R$10 milhões.
O lançamento é previsto para o primeiro trimestre de 2024, e a plataforma funcionará como ambiente de negociação entre os emissores dos títulos e empresas que compensam emissões de gases de efeito estufa por meio da aquisição dos ativos no mercado voluntário.
“O Brasil tem potencial para ser um dos maiores fornecedores de créditos de carbono no mundo e a B3 está comprometida em impulsionar esse mercado no país, fornecendo um ambiente seguro, com transparência de preços e integrado para negociação de créditos que contribua para acelerar a transição para um futuro mais sustentável”, destaca Leonardo Paulino Betanho, superintendente de Produtos Balcão da B3.
Projeção da WayCarbon em parceria com a ICC Brasil aponta que o Brasil tem potencial de atender de 22,3% a 48,7% da demanda global por créditos do mercado voluntário, que deve chegar entre 1,5 e 2 gigatoneladas de CO₂e no final da década. As receitas com a venda de créditos é estimada em até US$ 120 bilhões, considerando um cenário otimista de US$ 100 dólares por tonelada de CO₂.
Em 2022, o comércio voluntário de créditos de carbono teve uma queda de 4%, comparado a 2021, com as empresas adquirindo 155 milhões de compensações, de acordo com a BloombergNEF. A oferta destes créditos cresceu pouco: apenas 2%, com 255 milhões de compensações criadas por projetos em todo o mundo.
“Com a entrada no mercado de créditos de carbono, a B3 busca aproximar compradores internacionais de créditos de carbono de importantes players brasileiros, além de adicionar uma camada de integridade na cadeia de negociação desse produto para adequada formação de preço”, diz a B3 em nota.
Com informações da Agência EPBR