Em encontro com empresários na COP28 nesta quarta-feira (6), Ricardo Alban defendeu a união “em favor da neoindustrialização”
As ações de combate ao aquecimento global serão mais efetivas se forem acompanhadas de medidas consistentes voltadas ao fortalecimento da indústria nacional e ao cuidado com o meio ambiente. E, nesse processo, a preocupação com a sustentabilidade deve ser estendida a toda a cadeia produtiva, como um meio de agregar valor e promover o crescimento e o desenvolvimento econômico do país.
Essa é a análise do presidente da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), Ricardo Alban, que se reuniu nesta quarta-feira (6) em Dubai, com empresários do setor. Em encontro com especialistas e autoridades, Alban discutiu estratégias do Brasil para promover o desenvolvimento sustentável.
“Devemos unir esforços em favor da neoindustrialização. A indústria brasileira reúne condições únicas para ser umas líderes mundiais da baixa emissão de carbono e da sustentabilidade. Temos uma oportunidade ímpar, talvez a última dessa geração, de revitalizar a indústria brasileira. Com um setor industrial mais inovador, dinâmico e competitivo, o Brasil poderá crescer de forma vigorosa e sustentável e gerar a renda e os empregos necessárias para melhorar a qualidade de vida da população”, afirmou.
A mensagem foi direcionada a empresários, representantes do governo e de instituições, em Dubai, nesta quarta-feira (6/12), no Diálogo Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono. O encontro discute estratégias para avançar em direção a um futuro mais sustentável. Realizado em paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), o debate aborda temas importantes para a indústria, como as ações para a descarbonização da produção, transição energética e desafios tecnológicos e regulatórios.
Marcos legais, como a regulamentação do mercado de carbono, incentivam investimentos
Alban destacou que o país vive um momento especialmente importante no contexto global e que a relação bilateral do Brasil com outros países é importante nesse processo de descarbonização. O presidente da CNI também defendeu o combate ao desmatamento ilegal e a recuperação de áreas degradadas para que o Brasil consiga reduzir as emissões de gases de efeito estufa. E defendeu a aprovação de marcos legais que deem segurança e previsibilidade aos investidores, como a regulamentação do mercado de carbono.
“Devemos conhecer o valor econômico da nossa biodiversidade e propor políticas públicas que estimulem o uso sustentável da biodiversidade e incentivem os investimentos em pesquisa e inovação. Para isso, é essencial a aprovação de marcos legais que deem segurança e previsibilidade aos investidores. Precisamos promover o encadeamento da produção nacional para sermos mais competitivos, e avançar na digitalização para aumentarmos a produtividade”, ressaltou Alban.
Presente na abertura do encontro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse que este ano e, em especial no segundo semestre, o Congresso tem se dedicado à pauta verde, e destacou especial empenho para regulamentar o mercado de carbono e acelerar o programa de transição energética, com a regulamentação do marco do hidrogênio verde e a energia eólica offshore.