No âmbito do Programa de Desenvolvimento Produtivo da Região Nordeste (Prodepro) do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) se qualificou a ingressar no mercado nacional de títulos e empréstimos sustentáveis, adotando novas formas de capitalização e ampliando os eventuais impactos positivos de suas atividades e de sua estratégia de sustentabilidade. A qualificação reforça o mandato do banco como principal ator financeiro na busca do desenvolvimento econômico e inclusão social em sua área de atuação, que inclui a região Nordeste e o norte de Minas Gerais e Espírito Santo.
O BID prestou assistência técnica ao BNB na elaboração de seu Framework de Finanças Sustentáveis, concluído em fevereiro de 2024, com apoio técnico da empresa HPL.LLC Sustainable Finance Advisory. Além de normatizar a emissão de títulos e empréstimos verdes, o documento apresenta diretrizes sobre quais tipos de ativos podem ser classificados como sustentáveis. O Framework também alinha a ação do BNB aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), assim como às melhores práticas e padrões internacionalmente reconhecidos.
No início de março, o Framework recebeu uma avaliação positiva da agência de classificação de risco Sustainable Fitch. O processo, conhecido tecnicamente como Second Party Opinion, qualifica o BNB a acessar o mercado de dívida sustentável. A agência considerou o alinhamento do Framework como “Excelente”.
O Framework de Finanças Sustentáveis do BNB contempla elementos-chave do mercado de sustentabilidade, como operações de energias renováveis, de eficiência energética e de indústria verde. Também estão incluídos aspectos sociais relevantes para a região atendida pelo BNB, como microcrédito, inclusão financeira de micro e pequenas empresas, inclusão de gênero, saúde, educação e turismo sustentável.
Para o diretor de Planejamento do BNB, Aldemir Freire, a avaliação da agência de risco confirma o compromisso do Banco com as melhores práticas sociais e ambientais. “Não há como desassociar desenvolvimento e sustentabilidade. O mundo já está em marcha avançada nesse movimento. Não adianta crescimento econômico sem um olhar plural em pessoas e no meio ambiente”, afirma.
Segundo o executivo, o BNB já possui os ativos necessários para lastrear potenciais captações temáticas mapeadas e está avaliando o melhor momento para acessar o mercado. Os recursos que vierem a ser captados serão usados no financiamento de atividades ou projetos que tragam benefícios ambientais ou sociais e de crédito para suporte às populações vulneráveis ou pequenas e médias empresas.
De acordo com o representante do BID no Brasil, Morgan Doyle, “a promoção de finanças sustentáveis é um caminho natural para um modelo de desenvolvimento de baixo carbono, contribui para aumentar o fluxo de investimentos para combate e mitigação das mudanças climáticas e promoção de inclusão social. O grande sucesso obtido pelo BNB no desenvolvimento do seu Framework de Finanças Sustentáveis, que recebeu elevada avaliação na second party opinion, demonstra e exemplifica o comprometimento do Grupo BID na busca por melhorar vidas no Brasil.”
O BID vem apoiando o governo brasileiro e bancos locais a desenvolver regras e estratégias de finanças sustentáveis. No ano passado, o BID trabalhou com o Tesouro Nacional e o Banco Mundial na elaboração do Arcabouço Brasileiro para Títulos Soberanos Sustentáveis, que serviu de referência para uma emissão de US$ 2 bilhões no mercado norte-americano.
O Prodepro, que reúne iniciativas conjuntas do BID e do BNB com foco em sustentabilidade, tem como objetivos superar gargalos de infraestrutura, favorecer a competitividade de empresas e a melhoria dos indicadores socioeconômicos na área de atuação do BNB, além de colaboração em temas como Parcerias Público-Privadas.