US$ 1,7 trilhão. Esse é o valor estimado de investimento em energia limpa em 2023, segundo relatório global Atlas Setorial, divulgado pela Allianz Trade no fim de setembro. Se for somado o investimento em fontes não renováveis, os investimentos totais em energia chegam a US$ 2,8 trilhões: isso inclui energia limpa, incluindo energia renovável, nuclear, combustíveis de baixa emissão e energias renováveis de uso final e eletrificação.
Segundo o documento, os investimentos em energia limpa foram impulsionados por uma variedade de fatores, incluindo melhores condições econômicas em um momento de preços elevados e voláteis dos combustíveis fósseis. Os principais pontos de atenção do setor são: aumento das taxas de juros; regulamentação verde (oportunidade para energias renováveis e um risco para petróleo e gás); políticas públicas de infraestrutura e relações geopolíticas (guerra na Ucrânia, concorrência China-EUA, acordos no Oriente Médio etc.).
Por outro lado, o aumento dos investimentos em energia limpa valoriza regiões como a Amazônia. “Atualmente, a principal pauta do setor de energia disserta sobre a transição energética não renovável para uma geração de energia limpa. Dado esse cenário, a Floresta Amazônica tem um papel fundamental para que essa transição aconteça, por ter grande participação na geração de água, energia, influenciando no abastecimento dos reservatórios e, com isso, gerando energia de forma limpa através das usinas hidrelétricas. Importante sublinhar que os contínuos estudos sobre os novos tipos de geração de energia renovável, como eólica e solar, são chaves para diversificar essas fontes”, segue Felipe Tanus, diretor de crédito da Allianz Trade no Brasil.
O estudo aponta ainda que, devido aos preços flutuantes do petróleo, às tensões geopolíticas e à contínua transição energética, a perspectiva para o petróleo e o gás global permanece incerta. “O setor continua sendo lucrativo, com a indústria global de petróleo e gás faturando cerca de US$ 4 trilhões em 2022. Sendo assim, a lucratividade das empresas do setor depende fortemente dos preços do petróleo”, analisa Felipe.