Macaúba

Indústria investirá US$ 3 bilhões para produzir biocombustível verde

Produção de macaúba, planta nativa brasileira de alto valor energético - Foto Divulgação / Acelen
Produção de macaúba, planta nativa brasileira de alto valor energético - Foto Divulgação / Acelen

A Acelen Renováveis anunciou investimento de US$ 3 bilhões para produzir combustíveis limpos a partir da macaúba, palmeira nativa do cerrado brasileiro. A planta é capaz de produzir de sete a oito vezes mais óleo do que a soja, segundo pesquisadores. A empresa é ligada ao Mubadala, um dos principais fundos soberanos de investimentos de Abu Dhabi.

A macaúba (Acrocomia aculeata) é capaz de produzir cerca de 4 toneladas de óleo por hectare sem nenhum melhoramento genético, segundo Sérgio Motoike, professor do departamento de fitotecnia da UFV (Universidade Federal de Viçosa). “Nosso trabalho é domesticá-la através da seleção de plantas e desenvolver técnicas de cultivo”, diz.

A instituição é pioneira em pesquisas para transformar a planta em um produto agrícola. “Em termos de eficiência, [a macaúba] tem potencial para ser uma commodity de exportação no futuro”, diz. A planta é capaz de produzir em ambientes mais secos, áreas degradadas, sistemas agroflorestais e até sistemas de integração com pecuária, segundo Motoike. Para o pesquisador, a principal desvantagem em relação às culturas de outros países é que ela precisa de seis anos para atingir a idade produtiva.

O mercado ainda pouco explorado da palmeira atraiu a atenção da Acelen. A empresa já tem cerca de 3 milhões de mudas da cultura armazenadas em viveiros terceirizados. Entretanto, os agricultores ainda não foram incorporados à cadeia de produção. A expectativa é que o cultivo comece em 2025 na Bahia e no norte de Minas Gerais.

“Queremos cultivar a macaúba em 180 mil hectares de pastagens degradadas”, afirma Marcelo Cordaro, diretor de operações da empresa. Nos próximos anos, a companhia quer produzir cerca 20 mil barris por dia de SAF (Combustível Sustentável de Aviação) e diesel renovável, em sua primeira biorrefinaria na Bahia.

O estado foi escolhido pela quantidade de terra degradada e por facilitar a logística do processo, já que a refinaria de Mataripe fica em São Francisco do Conde, região metropolitana de Salvador.

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