Dados da Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês) mostram que as demandas por óleo e gás natural, em diferentes cenários, estarão presentes na matriz energética mundial e do Brasil até 2050. A informação foi lembrada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), nesta quarta-feira (24), no evento “Transição Energética Justa, Inclusiva e Equilibrada: Caminhos para o setor de óleo e gás viabilizar a nova economia verde”.
Durante a participação no debate, promovido pelo Ministério de Minas e Energia (MME), a diretora de Petróleo, Gás e Biocombustível da EPE, Heloísa Borges explicou os principais motivos que podem elevar a demanda nacional de derivados de petróleo. “A implementação de todo conjunto de políticas de biocombustíveis, aliado a uma eletromobilidade acelerada de veículos leves e pesados, pode fazer com que a demanda mantenha seu patamar atual, perto de 2,4 milhões de barris por dia”, completou.
Borges destacou ainda que a contribuição do setor de Óleo e Gás é decisiva para uma transição justa, equilibrada e inclusiva, uma vez que o segmento tem papel fundamental não apenas na arrecadação dos recursos necessários ao desenvolvimento sustentável do Brasil, mas também no direcionamento dos investimentos necessários à transição energética.
Para a diretora da EPE, a exploração e desenvolvimento dos recursos não descobertos no país permitiria destravar investimentos de cerca de R$ 5 trilhões entre 2031 e 2050. Por outro lado, a interrupção dos investimentos em E&P no Brasil poderia significar perdas de arrecadação da ordem de R$ 4 trilhões, sem considerar as perdas decorrentes dos impactos na Balança Comercial e demais efeitos macroeconômicos, explicou.