Debate

Transição energética é tema de seminário em Fortaleza

Parque eólico localizado no Quilombo do Cumbe. - Foto: Galba Nogueira
Parque eólico localizado no Quilombo do Cumbe. - Foto: Galba Nogueira

O seminário “Transição ou Transação Energética: Agenda Internacional, Financiamento e repercussões” acontece desta terça-feira (2) até quinta-feira (4), no Auditório Murilo Aguiar, da Assembleia Legislativa do Ceará, em Fortaleza. A proposta do encontro, de acordo com a organização, é refletir sobre os modelos de transição energética e os impactos socioambientais provocados pela exploração de energia renovável diante ao cenário da crise climática.

No primeiro dia do seminário estão programadas três visitas a comunidades impactadas por megaempreendimentos relacionados à energia. As visitas ocorrem na comunidade do Cumbe, em Aracati; nos assentamentos da reforma agrária Morrinhos e Queimadas, no município de Santa Quitéria; e no Conjunto Palmeiras, em Fortaleza.

A partir das visitas, os participantes vão participar de dois dias com palestras e grupos de trabalho nos dias 3 e 4. “A experiência das visitas serve para poder, de alguma forma, dar uma linha do que a gente quer trazer como elementos principais de debate. É um seminário organizado por várias mãos, com organizações que vêm trazendo essa problemática que envolve questões ambientais e sociais”, explica Francisco Vladimir, da Rede Jubileu Sul Brasil.

Transição energética

A transição energética refere-se à mudança de uma matriz baseada em combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão e o gás natural, para fontes de energia que se “regeneram” no meio ambiente, também chamadas de renováveis. O Estado do Ceará vem, nos últimos três anos, investindo em negociações, acordos e legislações para participar do mercado de exportação de hidrogênio verde, a exemplo da resolução Coema n. 3/2022.

No entanto, o promissor mercado de descarbonização mantém uma relação de exploração insustentável em relação às comunidades impactadas pelas empresas de energia e representa uma relação predatória com a natureza. Dado a relevância da temática, cerca de 17 organizações e movimentos mobilizaram o seminário para discutir experiências atuais e vislumbrar perspectivas de transição para o Brasil.