O diretor de negócios digitais do Citigroup para a América Latina, Driss Temsamani, disse que o Brasil está pronto para o Drex, devido à facilidade com que a população se adequa a novas tecnologia do setor. A informação foi concedida ao Valor Econômico.
Segundo um relatório do Citi, o país é o número um da América Latina em termos de digitaliação de dinheiro, sendo o apoio do governo e do mercado e soluções de pagamentos digitais alguns dos critérios.
Em seguida, a Argentina, Chile, México e Colômbia se destacam em relação ao dinheiro digital.
O executivo chama atenção para questões de infraestrutura, inovação do setor privado e disposição dos consumidores para adotar a solução – os principais fatores para o sucesso de uma nova tecnologia. Para Temsamani, o Brasil possui os três.
O diretor do Citi destaca ainda que, a partir da conexão com o sistema financeiro tradicional, será possível ajudar na obtenção de crédito para as pessoas do mercado de economia informal, que são ainda dependentes do dinheiro físico. A tokenização é um exemplo.
Bancos brasileiros priorizam Drex e blockchain, diz Febraban
A tecnologia blockchain e o Drex — projeto de moeda digital do BC (Banco Central do Brasil) — são prioridades estratégicas para 56% dos bancos nacionais. O percentual foi obtido através da primeira etapa da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, realizada pela Deloitte.
Segundo o estudo da Febraban, o orçamento total dos bancos com foco em tecnologia, que também trata de despesas e investimentos, deverá chegar a R$ 47,4 bilhões. Dentre as instituições, 100% mencionaram investimento em segurança cibernética, 11% citam Computação Quântica e 96% apontam foco em IA (inteligência artificial).
“A pandemia acelerou o processo de digitalização da tecnologia bancária, juntamente com o nascimento do Pix, a implementação do Open Finance e, no momento, a chegada do Drex, resultando em uma maior oferta de produtos e serviços para nosso cliente.
Tudo isso reflete nestas prioridades dos bancos para explorar novos formatos de atendimento e busca por excelência operacional”, declarou, de acordo com o “Valor”, Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela pesquisa.
Além disso, o estudo mostra que, num período de oito anos, os bancos dobraram seus investimentos anuais em tecnologia, superando o patamar de R$ 19,1 bilhões em 2015, para R$ 39 bilhões em 2023.