
O Morgan Stanley afirmou que a Micron Technology entregou uma das maiores surpresas positivas de receita e lucro da história dos semicondutores nos Estados Unidos, atrás apenas da Nvidia.
Segundo o banco, as projeções divulgadas pela companhia ficaram muito acima das expectativas do mercado. Por isso, o Morgan elevou o preço-alvo da Micron de US$ 338 para US$ 350 e manteve a recomendação overweight. A ação segue como a principal escolha do banco no setor de semicondutores nos EUA.
Além disso, o analista Joseph Moore destacou que o impulso ligado à inteligência artificial deve continuar ao menos até 2026 e, possivelmente, até 2027. No longo prazo, porém, ainda há incertezas.
O banco avalia que os ganhos atuais da Micron estão acima do ciclo completo. Ainda assim, eles tendem a melhorar, sustentados por mais de US$ 35 bilhões em geração de fluxo de caixa livre.
Apesar da recente valorização das ações, o Morgan Stanley considera que o mercado de memória segue excepcionalmente forte. “Esta foi a inflexão mais rápida que vimos em 32 anos cobrindo ações de memória”, afirmou o banco.
Visão positiva a longo prazo
A Micron projetou lucro ajustado de cerca de US$ 8,19 por ação, bem acima do consenso de US$ 4,78. Para Moore, a orientação da companhia indica uma receita US$ 3,7 bilhões acima das estimativas e um lucro líquido 75% superior.
O analista acrescentou que as margens de Ebtida atingem níveis raramente vistos no setor. Ele reforçou que o desempenho reflete preços fortes de DDR5, maior visibilidade em memória de alta largura de banda e disciplina nos investimentos.
Por fim, Moore destacou que, enquanto a demanda por IA seguir aquecida, o equilíbrio entre oferta e demanda deve continuar pressionando positivamente os resultados do setor.
Microsoft vira aposta principal do Morgan Stanley
A Microsoft segue como a principal escolha da Morgan Stanley entre as empresas de software de grande capitalização. A avaliação consta em relatório divulgado na quarta-feira.
Segundo o analista Keith Weiss, reuniões com executivos da Microsoft reforçaram a confiança do banco em uma demanda sólida em todas as linhas de negócios. Como resultado, a instituição projeta crescimento de receita de dois dígitos médios de forma sustentável.
Além disso, o banco vê espaço para expansão contínua da margem operacional. Esse movimento, segundo Weiss, sustenta um crescimento anual composto do lucro por ação na casa da “alta adolescência”, ainda não totalmente refletido no preço das ações.
O Azure AI aparece como um dos principais vetores dessa tese. De acordo com a Morgan Stanley, as margens brutas da plataforma, excluindo a participação da OpenAI, já podem estar próximas de 20%.
No médio prazo, o banco estima que essas margens possam alcançar 30% até o ano fiscal de 2029. Em um cenário mais otimista, o percentual pode superar 40%, abrindo espaço relevante de valorização.