Cerveja Praya almeja 2% do mercado e mira EUA

Cerveja artesanal brasileira pode aparecer nas prateleiras de mercados dos EUA em breve

Trabalhar na praia era o intuito de Marcos Sifu, que até meados de 2015 tinha o surf como profissão. Hoje, Sifu pode dizer que conseguiu seu objetivo, como um dos sócios fundadores da cerveja Praya. Em entrevista ao BP Money, Tunico Almeida, sócio-fundador da Praya e amigo de Sifu, afirmou que um dos objetivos da empresa para o longo prazo é ter até 2% do mercado cervejeiro, que movimenta cerca de R$ 100 bilhões por ano no Brasil.

Segundo Tunico, a Praya quer ter o rótulo de marca local de cervejas do Brasil, mas o “sonho numérico” da empresa é, em um período de cinco a dez anos, ter um share dentro do mercado cervejeiro próximo de 2%. 

“É uma meta super difícil, mas é uma meta que a gente gostaria muito de chegar, considerando o tamanho desse mercado, que é um mercado de R$ 100 bilhões”, disse Tunico.

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Tunico, que além de sócio possui o cargo de Chief General Manager (Gerente Geral) da Praya, destacou que a empresa quer chegar aos R$ 40 milhões de faturamento em 2022. 

“Em relação aos objetivos de curto prazo, o bar e o restaurante são lugares muito importantes, em termos de construção de marca, e a pandemia fez com que a gente saísse de muita coisa. Agora estamos retomando este canal de construção de marca. Esse é o objetivo de curto prazo que estamos conseguindo no sudeste, centro-oeste e também estamos fazendo as ampliações para outros mercados, principalmente região sul”, disse Tunico.

O executivo complementou dizendo que, ainda para o curto prazo, o foco da empresa para o ano que vem é a expansão pelo norte e nordeste. Já para o longo prazo, a Praya visa o cenário internacional.

“Nossa estratégia é ser a cerveja local artesanal brasileira, então temos um caminho muito grande pela frente”, disse Tunico. 

Sobre a ida aos mercados estrangeiros, o executivo da Praya destacou que ainda não tem a resposta sobre qual país será o primeiro a ter a Praya depois do Brasil. “O grupo Better Drinks tem a marca Five Drinks, que foi fundada nos EUA. Talvez seja o que faça mais sentido, mas ainda é um tema que vamos aprofundar para saber qual o próximo passo depois do Brasil”, afirmou Tunico. 

Como nasceu a Praya

Apesar de desenvolverem a ideia da marca Praya há cerca de 7 anos, o CNPJ da Praya foi criado em janeiro de 2016. Marcos Sifu, um dos sócios fundadores da Praya, era surfista profissional e estava disputando um torneio na Califórnia, EUA, quando começou a experimentar cervejas artesanais com mais frequência. O gosto pelas geladas cresceu à medida que ele percebeu que poderia ser mais barato fazer a própria cerveja a comprar uma. 

“Ele [Sifu] pensou em quando voltar ao Brasil fazer uma cerveja do jeito dele para beber com os amigos, então ele sempre idealizou um produto que ele amasse beber após aquele surf e a consequência disso foi desenvolver a Praya, depois de muitas experiências junto com os amigos, mas o bacana foi que ele fez em casa todos os testes até a gente tirar do papel”, explicou Tunico. 

“Para tirar do papel, eu e o Zeh Pretim [head ESG Better Drinks e sócio fundador da Praya] éramos produtores de eventos na época e trabalhávamos com muitas marcas nesse mercado, ajudando a construí-las. Aí a gente se encontrou, e como consequência disso passamos a direcionar o nosso tempo para pensar na marca. O nome da marca foi pensado pelo Marcos Sifu”, complementou. 

De acordo com Tunico, a Praya nasceu para poder atender um desejo dos sócios, que era uma cerveja artesanal mais leve do que as que já existiam no mercado. 

“A Praya surgiu justamente para atender uma demanda que era nossa, dos nossos amigos e a consequência é que isso gerou um impacto tão bacana entre a nossa comunidade que a gente quis que isso virasse um negócio”, contou Tunico.  

A companhia, de acordo com Tunico, tem fortes pilares em sua marca. Entre eles estão a sustentabilidade, a diversidade e a inclusão. “A gente vê isso através das ações que a gente faz no nosso dia, não à toa fomos a primeira cerveja carbono neutro e selo B, então isso, por si só, mostra que esses diferenciais foram escolhas e decisões super assertivas”, disse Tunico.

A Praya não tem a intenção de expandir a marca para além do mercado cervejeiro. Isso porque ela pertence ao grupo Bettter Drinks, que já possui outras marcas em diferentes vertentes, como água, bebidas funcionais, vinhos, entre outros. 

“A Praya vai trilhar o caminho de marca dentro de cervejas. Esse é o nosso foco e objetivo”, concluiu Tunico.