Vice-presidente do SERAC

Mães e executivas: pilares das famílias e dos negócios

Neste Dia das Mães, também daremos foco àquelas que põem a "mão na massa", como disse vice-presidente do SERAC, Carla Martins.

Foto: Divulgação
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Neste domingo (12), é comemorado o Dia das Mães, um dia dedicado a agradecer às mães brasileiras por todos os feitos. Contudo, também é uma data para falar sobre mulheres de negócios, as quais são pilares de suas famílias e de seus negócios, como a vice-presidente do SERAC, Carla Martins.

O SERAC é um hub de soluções corporativas referência nas áreas contábil, jurídica e tecnológica. Entre seus clientes estão grandes nomes como XP Investimentos, Óticas Diniz, Thiago Nigro, entre outros. Neste Dia das Mães, também daremos foco àquelas que põem a “mão na massa”, como disse Martins.

“Eu acredito que ser mãe e empresária é uma escolha nossa ou de Deus, então nós precisamos nos organizar e fazer de forma leve”, declarou a vice-presidente.

“E botar a mão na massa e correr atrás dos seus objetivos, dos seus sonhos”, completou.

Confira a entrevista na íntegra:

Como você lida com a jornada dupla, tendo que tratar de atividades envolvendo a família e a liderança do SERAC?

Eu lido com muita organização. A maternidade também envolve organização. Vejo que as mães que têm dupla jornada priorizam a organização na parte profissional, e a pessoal vai fazendo conforme dá, “o que dá”, e se você conseguir organizar tanto a parte pessoal quanto a profissional, fica mais fácil.

É bastante coisa, continua sendo bastante coisa, mas você consegue priorizar as tarefas que são mais importantes para você e tem tempo para delegar o que não acha viável. É isso que eu faço: eu delego muito a parte da casa, a parte da organização, mas consigo na minha agenda colocar momentos para estar com a família, fazer uma lição ou ir ao médico junto, ir à reunião, porque com organização você consegue tudo.

Em relação ao Dia das Mães, em fevereiro, você afirmou que cerca de 80% do SERAC são mulheres. Esse número aumentou? Quantas são mães?

O percentual não aumentou, continua mais ou menos o mesmo. Um dado importante também é que 50% da liderança é feminina, além dos 80% de toda a empresa ser feminina. Então temos um corpo feminino forte.

Em relação às mães, temos em torno de 70 mães dentro da empresa, então, dos 300 colaboradores, 80% são mulheres, mas a empresa é bem jovem. Então há mulheres que ainda não são mães.

Como você vê o mercado de trabalho para as mulheres no cenário nacional?

Eu vejo o mercado de trabalho para as mulheres crescendo muito. As mulheres estão ganhando força e vejo que elas estão se posicionando melhor, entendendo o seu papel.

Os papéis mudaram um pouco, então vejo que, a partir do momento que as mulheres querem, elas correm atrás e conseguem novas posições. Obviamente, sabemos que existem empresas que não são corretas.

Ainda há um machismo corporativo em alguns ramos, mas vejo que, a partir do momento que as mulheres querem e entendem o poder delas, conquistam a confiança necessária para isso, conseguem e são ótimas profissionais. Isso faz total diferença para os empresários.

Qual a sua opinião em relação às empresas com bons lucros que realizam demissões em massa?

As empresas privadas são feitas para dar lucro, e ele ainda é a principal função social de uma empresa.

Por exemplo, agora no Rio Grande do Sul, muitos empresários estão auxiliando o estado com seu lucro. Então, o lucro sim é o objetivo final das empresas; se não é para ter lucro, não é para ter empresa.

Eu acredito que a demissão é uma estratégia financeira das empresas. Se elas perdem um grande cliente, se os clientes estão perdendo força de vender, uma empresa não tem como sustentar um colaborador. Então ela vai lá e dispensa o colaborador porque é o direito do empresário, como é o direito do colaborador pedir demissão. Não é que vale tudo pelo lucro, mas é uma estratégia financeira para que a companhia lucre.

O que não dá para concordar é a demissão em massa e sem pagar os direitos, demissão não humanizada, não conversada. Então, sim, dá para ter estratégias, porque você está lidando com seres humanos, famílias, pessoas que dependem daquele valor, mas as empresas têm esse direito, da mesma forma que o colaborador tem o direito de pedir demissão e no dia seguinte estar trabalhando em outro lugar.

Mas vale lembrar que as pessoas são o principal investimento da empresa, porque crescemos porque outras pessoas nos ajudam. Então as empresas crescem quando lideram pessoas, e essas pessoas multiplicam o trabalho da empresa, mas obviamente que você não pode pagar mais do que recebe.

Diante do cenário envolvendo a tragédia no RS, quais posicionamentos podem fazer a diferença para os resultados de uma companhia?

O lucro de uma empresa é a principal função social dela, então depois do lucro é que eu consigo ver onde posso ajudar e colocar meus esforços. Tenho vários grupos de empresárias e empresários que estão ajudando, colocando produtos em caminhões, aviões e helicópteros, e levando para lá (Rio Grande do Sul), colocando na mão de empresários de lá que conhecemos.

Você pode divulgar o que está fazendo. Porque aí as pessoas se inspiram a fazer também e querem contribuir também, e isso é muito bom.

Sobre a questão econômica, vai mudar bastante coisa. O Rio Grande do Sul está devastado, então se tem empresárias que dependem do Rio Grande do Sul para seus proventos e tem filiais ali. As filiais vão ter uma mudança econômica ali, e você precisa estudar suas potencialidades, mas também estudar os problemas em relação a isso.

Quais conselhos você daria para as empresas que estão começando e para àquelas que já estão no mercado?

Independente se você está no mercado há bastante tempo ou não, você precisa, primeiro, cuidar da sua cultura organizacional. Porque essa cultura é que vai fazer você crescer.

Então cuide do seu time, e seu time cuidará da sua empresa. Sempre pensando no futuro, sempre pensando na modernização. Não é porque seu mercado é tradicional que não pode ser inovado.

Nosso mercado é contabilidade, um mercado super tradicional, e nós inovamos todos os dias, fazemos coisas diferentes e é por isso que crescemos 1000% em 5 anos. Então sempre pense no time.

Então o primeiro ponto, pense no time, no que o time precisa, no que a nova geração precisa. Vá atrás, mude a liderança, treine a liderança.

O segundo ponto em empresas grandes, vejo que ainda existem algumas falhas. Uma das falhas é o time de vendas: onde há vendas, não há problemas, então você precisa de um time de vendas.

Conheço empresas grandes em que o único vendedor é o dono ainda, então faça um time de vendas. Vendas geram novos negócios, mais cabeças pensantes, pessoas que querem ganhar mais, que têm ambição de ganhar mais, então as vendas mudam o jogo da sua empresa.

O terceiro seria a criação de um ecossistema. Somos um Hub de soluções, então não ficamos apenas na contabilidade. Temos diversos outros serviços plugados na nossa empresa para vender mais para os mesmos clientes, porque é mais fácil manter os clientes do que conquistar novos.

Qual é o ecossistema que você pode plugar? Não faça apenas um serviço, até porque com as mudanças da economia, esse serviço um dia pode acabar. Não coloque todos os ovos na mesma cesta. Então tenho contabilidade, mas tenho também financeiro, marcas, patentes, legalização, recursos humanos, seguros, etc.

Ofereça tudo o que puder para o seu cliente na parte administrativa. Então o que você pode fazer para vender mais para o mesmo cliente. E aí você vai expandindo cada vez mais.

Em relação às empresas menores, dou os mesmos conselhos, mas adiciono que hoje em dia há muito conteúdo bom (gratuito ou pago) para você se profissionalizar. Principalmente as mulheres, muitas empreendem por necessidade, porque não há outra pessoa que as ajude, porque perderam um emprego ou não conseguiram se recolocar.

Nesse caso, vá pelo que gosta de fazer, pela oportunidade que surgiu, mas não deixe de se especializar na gestão de uma empresa. Então vá atrás sempre de como gerir um negócio, saiba um pouco de marketing, um pouco de finanças, um pouco de vendas, um pouco de processos, para que sua empresa possa crescer de forma mais organizada.

Como mãe e empresária, qual conselho você daria para as mulheres que estão começando um negócio neste Dia das Mães?

Eu acredito que ser mãe empresária é uma escolha, nossa ou de Deus, então nós precisamos nos organizar e fazer de forma leve.

Botar a mão na massa e correr atrás dos seus objetivos, dos seus sonhos, porque não é tão difícil assim; a gente só precisa se organizar, pensar que vai dar certo e fazer acontecer.

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