Ocasional

Economista-chefe do Banco Master: desafio está no mundo empresarial

Paulo Gala afirmou que o próximo governo precisará sofisticar a estrutura produtiva no Brasil

Economista-chefe do Banco Master e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Paulo Gala afirmou que o próximo governo precisará sofisticar a estrutura produtiva no Brasil, a fim de melhorar a qualidade do emprego e a produtividade da economia. 

“Nosso desafio de emprego, por incrível que pareça, não está no mercado de trabalho, está no mundo empresarial”, disse o economista do Banco Master, segundo o Neofeed. 

Gala propõe medidas para aumentar a produtividade com incentivo ligados a carências do país, como gasodutos voltados ao gás do pré-sal e produção de insumos farmacêuticos destinados a abastecer o SUS. 

Entre os otimistas, Gala diz acreditar que os altos juros no Brasil manterão a alta de preços sobre controle e a conjuntura externa e interna deverão levar o dólar a níveis mais próximos de R$ 5. 

“O obstáculo de curto prazo está mais na mão do Banco Central americano que do brasileiro”, resumiu Gala. Na última semana, o Fed elevou a taxa de juros norte americana em 0,75 p.p. Com isso, a taxa de juros dos EUA saiu do intervalo entre 1,5% e 1,75% para o intervalo entre 2,25% e 2,5% ao ano.

Já o Banco Central do Brasil subiu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, levando a Selic para 13,75% ao ano em 2022.

“A grande pergunta é se a Selic vai parar em 13,75%, ou se haverá sinalização de que pode chegar a 14% ou 14,25% ao ano”, questiona o economista-chefe do Banco Master, segundo a Suno Notícias. 

Especialistas entrevistados pelo BP Money divergem se o BC deve interromper o ciclo de alta da Selic, iniciado em março de 2021. 

Economista do Banco Master diz que próximo governo deve priorizar inflação

Ainda de acordo com Paulo Gala, o principal desafio da gestão econômica do próximo governo será a inflação. “Estamos num momento de quase surto inflacionário, com quase 8% ao ano em todos os países desenvolvidos, e no Brasil. A boa notícia é que o Brasil já avançou muito nisso”, pontuou. 

Em contrapartida, Gala diz que o grande erro do futuro governo seria perder a ideia de uma nova regra fiscal. “Você congela o aumento de gastos a partir do crescimento da inflação num país com necessidades que crescem mais que a inflação”, explicou. 

“Se a previdência e as necessidades de educação e saúde crescem mais rápido, e você trava o gasto nessas áreas, monta uma bomba que vai explodir. Não é crível uma regra com uma dinâmica dessas”, completou Gala. 

Otimista quanto a uma recuperação do Brasil no próximo ano, Gala afirma que o teto de gastos deve ser repensado, especialmente na ótica do investimento público. 

“A grande vítima do teto dos gastos foi o investimento em infraestrutura. Quando o Estado investe em infraestrutura, a iniciativa privada investe ainda mais. O investimento público catapulta o privado”, concluiu o economista-chefe do Banco Master. 

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