O MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) acusa Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “faraó dos bitcoins”, de perseguir e mandar assassinar quem ameaçava seus negócios. As informações são da TV Globo.
De acordo com o MP do Rio, o Faraó dos Bitcoins seria o líder de um grupo responsável por tirar a vida dos concorrentes dele no mercado de criptomoedas na região dos Lagos, no Rio de Janeiro. A organização tinha armas, empresas de fachada, espiões e até matadores profissionais, incluindo um ex-policial.
“Matou uma pessoa, tentou matar outras duas, e fez vigilância em pelo menos outras cinco pessoas que eram concorrentes”, disse o coordenador do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Bruno Gangôni, segundo o UOL.
Ainda de acordo com a publicação, Glaidson fala, em um áudio, sobre “mais uma pirâmide” e pede que o grupo trabalhe “para ajudar, fazer o que tem que ser feito”. “Seria ideal focar nessas pirâmides aí para resolver só problemas, seria ideal”, diz ele.
Imagens obtidas pela TV Globo mostram gravações de telefones de integrantes da quadrilha, também presos, com registros da rotina de um outro empresário.
A reportagem mostrou que Glaidson avisou aos parceiros que o homem estaria “tentando seus investidores”: “não posso deixar isso acontecer”, diz a mensagem. O investidor a quem ele se referia foi assassinado a tiros em São Pedro da Aldeia, na região dos Lagos, em agosto do ano passado.
A defesa de Glaidson disse, à TV Globo, ter recebido com “surpresa” a decretação da nova prisão preventiva contra o empresário, e que não teve acesso aos autos. Além disso, garantiu que irá recorrer da decisão assim que tiver acesso ao processo.
Glaidson está preso desde 25 de agosto de 2021, quando foi alvo de uma operação da Polícia Federal no Rio de Janeiro por operar um sistema milionário de pirâmide financeira. Segundo a PF, a suspeita é de que o Faraó dos Bitcoins tenha movimentado cifras bilionárias nos últimos seis anos.
Faraó do Bitcoin: Record muda presidente após golpe milionário
O presidente da Record TV no Rio de Janeiro, Fabiano Freitas, foi destituído do cargo recentemente e ocupará uma nova posição na emissora. O anúncio da mudança de cargo aconteceu logo após uma lista de vítimas do faraó do bitcoin ser divulgada.
Na lista, cerca de 160 fiéis da Universal e funcionários da Record TV que investiram na criptomoeda por meio da Gas Consultoria. Ao todo, as vítimas perderam quase R$ 9 milhões acreditando na promessa de lucro de 10% ao mês, apresentada pelo faraó do bitcoin, como é conhecido o empresário Glaidson Acácio dos Santos.