O Goldman Sachs elevou, nesta sexta-feira (15), a recomendação para as ações da Fleury (FLRY3) de venda para neutra, com preço-alvo passando de R$ 16,50 para R$ 20. Essa atualização implica um potencial de valorização de 9,6% em relação aos níveis atuais.
A equipe de reseach do Goldman justificou a revisão da classificação de venda para neutra nas ações da Fleury devido a preocupações anteriores sobre a possível desaceleração do crescimento da receita da empresa.
A análise considerava a perspectiva de normalização na frequência de uso de serviços de medicina diagnóstica em níveis pré-pandêmicos, e também levava em conta a possibilidade de pressões mais intensas nas margens, resultantes de um mix desfavorável e da desaceleração do crescimento na marca premium, superando as expectativas iniciais.
Além disso, havia a expectativa de que o retorno sobre o capital investido (ROIC) pudesse deteriorar-se ainda mais. No entanto, conforme destacado pelo Goldman Sachs, nenhuma das preocupações mencionadas se concretizou até o momento.
Os analistas observam que a frequência de utilização do segmento estabilizou-se em um patamar ligeiramente mais elevado, ao passo que novas áreas de atuação amadureceram.
A eficiente gestão da administração no estrito controle das despesas operacionais contribuiu para a manutenção das margens e do ROIC. Diante disso, o banco expressa maior confiança de que as sinergias resultantes do acordo com o Pardini são capazes de compensar a pressão nas margens proveniente das novas áreas de atuação.
Setor de saúde
No que diz respeito ao setor, o banco analisa que os prestadores de serviços de saúde no Brasil encontram-se atualmente em um cenário de elevado endividamento. Isso se deve à alocação significativa de capital para fusões e aquisições durante a pandemia, à fraca cobrança de contas a receber e à pressão nos preços resultante do aumento das taxas de sinistralidade MLR dos pagadores, além de revisões para baixo nas estimativas de crescimento.
Em contrapartida, o Goldman Sachs identificou padrões distintos na Fleury: i) apresentação de um balanço sólido, com uma relação dívida líquida/Ebitda projetada de 1,4 vez/1,1 vez em 2024/2025, ii) uma boa taxa de conversão de fluxo de caixa operacional, estimada em 64%/65% em 2024/2025, e iii) uma robusta taxa de crescimento anual composta (CAGR) do lucro por ação, estimada em +16% no período de 2024 a 2026. Considerando essas dinâmicas, o banco acredita que as avaliações atuais, refletidas em múltiplos P/L de 14,2x/11,6 vezes para 2024/2025, estão justas, motivando assim a revisão da recomendação para neutra em relação ao papel.