Golpe do boleto falso usa nome de bancos; veja como se proteger

O golpe do boleto falso viralizou nas redes sociais

Um novo tipo de golpe tem preocupado as instituições financeiras e os seus clientes. O golpe do boleto falso viralizou nas redes sociais, no qual cibercriminosos têm se aproveitado dos gargalos de segurança dos bancos para encontrar novas maneiras para enganar clientes. 

A história teve início em dezembro do ano passado, quando a estudante Brenda de Moura Libardi recebeu um e-mail e uma ligação que seria do setor de cobranças do banco digital C6 Bank para alertá-la que havia um valor em aberto no nome dela. Era o início do golpe do boleto falso. 

Na semana seguinte, Libardi recebeu uma mensagem, via WhatsApp, de um contato que tinha todas as características visuais que remetiam à instituição.

Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal

A pessoa se apresentava como representante do banco, informando que havia um valor devido de mais de R$ 600. Ao longo da conversa, a suposta funcionária ofereceu um desconto para a vítima, caso ela pagasse com antecedência.

De acordo com a estudante, os dados do boleto foram conferidos, mas apresentava um erro quando ela tentava pagar. Nesse momento, ao invés de tentar pagar direto pelo aplicativo, Libardi recebeu outro código de barras e realizou o pagamento.

“Eu sempre fui a pessoa mais medrosa, que sempre falou sobre o quão arriscado eram essas fraudes, chega ser vergonhoso para mim, mas na correria do dia-a-dia, acabei pagando”, afirmou a vítima, segundo o Valor Investe. 

Ela só se deu conta que era um golpe quando recebeu uma ligação de cobrança do banco – agora o verdadeiro – referente a fatura que acreditava já ter pago. 

Após as festas de fim de ano, Libardi contatou o C6 Bank e registrou um Boletim de Ocorrência. Como se tratava de uma falha no sistema de segurança do banco, ela acreditava que receberia o valor pago. 

Oito meses depois, nada foi resolvido e a estudante continua recebendo ligações constantes do C6 Bank para o pagamento do valor que ainda está em aberto.

No mês passado, o Banco Central publicou o ranking de reclamações direcionadas às maiores instituições financeiras no primeiro trimestre deste ano. De janeiro a março de 2022, o C6 atingiu 77,99 pontos no ranking, resultado de 1.265 reclamações procedentes em um universo de 16,218 milhões de clientes. 

Na sequência, vieram BTG Pactual/Banco Pan (68,20 pontos), Inter (48,85 pontos), BMG (47,20), Santander (27,37) e Bradesco (25,22).

Como se proteger do golpe do boleto falso

Presidente da startup de cibersegurança Unxpose, Josemando Sobral orienta que o cliente entre em contato com a instituição financeira imediatamente para que ela fique ciente do que está acontecendo e tome as medidas de proteção necessárias.

Além disso, é indispensável o registro do Boletim de Ocorrência, para que os cibercriminosos sejam investigados. “O cliente precisa saber que a instituição financeira que não emprega segurança é responsável por eventual fraude que seja ocasionada mediante o uso desses dados”, explicou Sobral. 

Para se prevenir desse tipo de golpe, o especialista recomenda que o usuário seja o primeiro a iniciar o contato com a instituição financeira quando for necessário, e não esperar que outra pessoa o aborde para negociar dívidas ou pedir confirmação de dados pessoais.

Em nota, o C6 Bank afirmou que não pode responder por eventuais alterações do nome fantasia da empresa na Receita Federal após a abertura da conta. Em outras palavras, o banco não pode ser responsabilizado por alguma empresa se passar por ele, mas usando um CNPJ diferente, como no golpe do boleto falso.