A gestora de investimentos Indie Capital realizou um bate-papo com a imprensa, na manhã desta sexta-feira (6), para atualizar os resultados do Indie FIC FIA do mês de abril e trazer informações sobre a carteira. Sabesp e Eletrobras são apostas dos especialistas.
De acordo com Marcelo Bronze, RI da Indie, a privatização da Sabesp dependerá muito do resultados das eleições para o Governo de São Paulo, onde apontam o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), apoiado pelo presidente Bolsonaro (PL), e Fernando Haddad (PT), apoiado por Lula (PT), como os favoritos a chegarem no 2º turno.
Em relação a Eletrobras, a Indie destaca que a empresa vem avançando casas para ser privatizada. “A gente entende que, potencialmente, a empresa deve ser privatizada até julho”.
Rentabilidade do Indie FIC FIA
A Indie também reportou os números atualizados do fundo FIC FIA, que chegou a uma rentabilidade de -11,5%, contra -10,1% do Ibovespa em abril. Nos últimos 12 meses, o percentual ficou em -32,28%, frente aos -9,27% do principal benchmark da Bolsa.
Em contrapartida, desde que foi fundado em dezembro de 2012, o fundo da Indie registra uma rentabilidade de 185,6%, frente aos 77% do Ibovespa.
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Em abril, os destaques positivos na carteira do Indie FIC FIA foram PetroRio (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3). No caminho inverso, Hapvida (HAPV3) e Méliuz (CASH3) deixaram a desejar no mês.
Indie FIC FIA apresenta retornos significativos após maiores quedas
No bate-papo desta sexta, Bronze destacou que o fundo registra grandes retornos em até dois anos após relevantes drawdowns – medida do declínio de um pico histórico em alguma variável.
Em 2016, com o impeachment da presidente Dilma Roussef, houve um drawdown de 20%. 12 meses depois a performance do fundo era de 41%, enquanto em dois anos chegou a 99%.
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Já em 2017, em meio ao Joesley Day, foi registrada uma queda de 13%. Em 12 e 24 meses depois, o fundo performou 48% e 66%, respectivamente. Já em 2018, com a greve dos caminhoneiros, houve uma queda de 17%, com alta seguinte de 44% e 66% em 12 e 24 meses.
Com a pandemia, em 2020, houve uma queda acentuada de 51%. O retorno em doze meses foi bem significativo, alcançando 94%. Um ano depois a alta era de 47%.
Enfrentando um drawdown em 2021 de 39%, a Indie segue confiante no histórico do fundo para que haja um retorno significativo já em 2022.
Temas de Investimentos da Indie
A gestora destacou que o portfólio está mais diversificado, mas com menor exposição a empresas domésticas de crescimento acelerado e mudança estrutural. Além disso, voltaram a investir em teses de evento e aumentaram investimento cíclico.
Foto: Divulgação / Indie Capital
Ao final de 2021, o crescimento acelerado era de 90%. Quatro meses depois, houve uma redução significativa de 20%. Porém, o número de 70% ainda incomoda e é bastante alto. No mesmo período, o investimento cíclico saltou de 3% para 13%, enquanto eventos subiu para 8%.
Contexto de 2022 da Indie
A Indie também apontou o que tem achado do contexto deste ano. No cenário global, acreditam em uma desaceleração americana, com o Fed (Banco Central dos EUA) mais hawkish – quando existe a intenção de aumentar (ou manter elevadas) as taxas de juros do país.
Além disso, os especialistas da Indie enxergam uma inflação global muito pressionada, sobretudo após a guerra na Ucrânia. Na China pode haver novos estímulos, além das eleições. Porém, a Covid ainda preocupa e pode frear o crescimento.
No cenário nacional, as oportunidades ficam por conta das commodities, com destaque para o petróleo. Além disso, acreditam que o fim do ciclo de aumento de juros esteja perto do fim.
Em contrapartida, o cenário eleitoral polarizado pode trazer volatilidade com riscos institucionais e fiscais.
Como posicionamento da Indie, o objetivo é apresentar uma carteira mais equilibrada, com maior exposição a temas globais (petróleo e alumínio), além de teses de evento, como Sabesp, Sulamérica e Eletrobras.
Para a Indie, também há uma boa exposição à empresas domésticas com alto potencial de geração de valor, dado valuation muito descontado.