O jogo do foguetinho, que promete dinheiro fácil, virou sucesso entre apostadores, mas logo surgiram reclamações. De acordo com especialistas, os consumidores podem estar sendo enganados e perdendo muito dinheiro em um jogo de azar.
A premissa do “jogo do foguetinho” é a seguinte: você aposta dinheiro na decolagem de um foguete ou um avião e deve finalizar o lance antes que a aeronave exploda. Quanto mais alto ela for, mais você ganha. Se ela cair, você sai no prejuízo.
Apesar de o jogo ser ilegal, as empresas funcionam porque têm sede no exterior. Há reclamações de consumidores em sites especializados. Quem perder dinheiro não tem garantia de reembolso, dizem especialistas, porque não há regulamentação sobre o tema.
Coordenadora do Programa Financeiro do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Ione Amorim afirma que o jogo é desenhado para seduzir usuários e incentivá-los a apostar cada vez mais dinheiro.
No site Reclame Aqui, é possível perceber vários relatos de consumidores com problemas para sacar o dinheiro que ganharam. Outros alegam que o saldo acumulado some de um dia para o outro e reclamam de problemas técnicos no site onde o jogo está hospedado.
“Estou com mais de R$ 1.000 [de saldo] e não consigo retirar. Já reclamei no suporte e não conseguiram me ajudar. Isso é uma vergonha. Quero meu dinheiro de volta”, diz um usuário de Arabutã (SC).
“Apostei R$ 40, ganhei R$ 100, fiz a solicitação do valor e não caiu. Só quero que devolvam o valor investido, já que é só propaganda enganosa”, reclamou outro, desta vez de São Paulo.
As reclamações contra sites de apostas tiveram um salto em relação ao ano passado, segundo levantamento do próprio Reclame Aqui. Em 2021, foram 23.635 registros envolvendo 17 empresas. Só de janeiro a julho deste ano, já são 36.647 —um aumento de mais de 55% em um período muito menor, de sete meses, segundo o UOL.
Apostadores podem processar site do jogo do foguetinho?
Ao se sentirem prejudicados, os usuários podem tentar resolver o problema nos sites, por meio das centrais de atendimento. Porém, como as empresas estão sediadas no exterior, esse suporte é feito, normalmente, via chat ou e-mail.
Em última instância, o consumidor do jogo do foguetinho pode tentar recorrer à Justiça brasileira, mas a chance de sucesso é muito pequena. No fim das contas, o melhor que os usuários podem fazer é não jogar, segundo aconselham os especialistas de acordo com à publicação.