Thiago da Silva Rocha criou um personagem de trader de sucesso e aplicou um golpe estimado em R$ 30 milhões em mais de 20 vítimas. O “Magnata dos Bitcoins” ostentava uma vida luxuosa regada a noitadas em boates sofisticadas com bebidas importadas, carrões superesportivos e viagens para lugares paradisíacos.
A Polícia Civil do Distrito Federal apura o caso do Magnata dos Bitcoins, que é natural do Acre, mas desembarcou em Brasília com objetivo de fazer fortuna, segundo o Portal “Metrópoles”, parceiro do BP Money.
O estelionatário passou a frequentar eventos organizados pela alta sociedade da capital da República e passou a fazer amizade com profissionais de sucesso, como médicos, advogados, empresários e servidores públicos federais do Executivo, Legislativo e Judiciário.
Com lábia afiada, o operador mostrava aos clientes que era possível ter lucro mensal de 3% sobre o valor aplicado nos chamados blocos de ações e no mercado de criptoativos. Para isso, Thiago fazia reuniões, ministrava cursos de operação no mercado financeiro e mostrava a evolução das aplicações em tempo real por meio de uma plataforma desenvolvida por ele.
Vítima do Magnata dos Bitcoins sofre prejuízo bilionário
Com discurso convincente sobre investimentos, Thiago se aproximou da família de uma trader, acostumada a operar no mercado financeiro. Durante meses, o golpista criou vínculo de amizade com a vítima e parentes dela.
“A intimidade e o elo de amizade eram tamanhos que ele chegava a cozinhar na casa da minha família”, disse a mulher, de 43 anos.
A vítima foi convencida a retirar todas as aplicações financeiras usadas para operar no mercado de renda variável e repassá-las ao suposto trader. O caloteiro chegou a ficar com a senha de várias contas e controlar montante de aproximadamente R$ 1 milhão.
“Em troca, Thiago dizia que esse valor renderia 3% ao mês. Ele chegou a pagar alguns dividendos, mas logo parou”, revelou a mulher.
A vítima passou a ficar desconfiada e solicitou o capital de volta, mas já era tarde. O golpista começou a protelar o pagamento, inventar desculpas e se afastar da família.
“Ficamos completamente desestruturados financeira e psicologicamente. Toda essa situação caiu como uma bomba na família, que acreditava na honestidade do Thiago. Ele chegava a usar os próprios filhos para passar uma imagem de pessoa de bem”, contou a cliente.
Ainda segundo o Metrópoles, por meio da Coluna “Na Mira”, foram identificadas pelo menos 21 vítimas do magnata. O prejuízo de cada pessoa lesada varia. Há quem tenha perdido R$ 100 mil, R$ 500 mil e até valores com cifras superiores a R$ 1 milhão. Também houve casos de clientes que venderam empresas para investir nos negócios do estelionatário.
De acordo com uma das vítima, Thiago convidou alguns dos maiores investidores que ele tinha para passar o Réveillon, com tudo pago, em Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro.
“Essa festa ocorreu na virada de 2021 para 2022, e todos viajaram com direito a hospedagem em um hotel de luxo, todas as bebidas e comidas pagas, e passeios de lancha e de jet-ski. Depois, passamos a desconfiar de que ele pagou por isso com nosso próprio dinheiro. Inclusive, ele chegou a Angra de helicóptero”, ressaltou.
Muitos clientes do magnata dos bitcoins suspeitam de que ele tenha usado uma espécie de pirâmide financeira para alimentar o negócio fraudulento, pagando os dividendos de clientes antigos com o dinheiro de novas pessoas captadas para o negócio. Após as muitas desconfianças, Thiago nunca mais foi visto ou encontrado pelas vítimas.