Pix

Nobel de economia diz que Brasil inventou o dinheiro do futuro

O economista é um crítico ferrenho de Donald Trump e comparou o Pix brasileiro com tentativas ainda atrasadas (em sua opinião) de criar um sistema de pagamentos digitais nos EUA.

Paul Krugman disse que o Pix cumpre o que as criptomoedas prometeram (Foto: reprodução)
Paul Krugman disse que o Pix cumpre o que as criptomoedas prometeram (Foto: reprodução)

O economista Paul Krugman publicou nesta terça-feira (22) um artigo chamado “O Brasil inventou o futuro do dinheiro?”, no qual elogia o Pix. Além disso, Krugman criticou a aprovação do Genius Act nos EUA. Informações via Veja Negócios e BBC Brasil.

O economista é um crítico ferrenho de Donald Trump e comparou o Pix brasileiro com tentativas ainda atrasadas (em sua opinião) de criar um sistema de pagamentos digitais nos EUA. Recentemente o republicano incluiu o Pix numa investigação sobre supostas práticas comerciais desleais no Brasil.

“Seria possível criarmos uma versão parcial de uma moeda digital emitida pelo Banco Central (CBDC, na sigla em inglês)? Haveria um jeito de manter as contas dos bancos privados, mas também prover um um sistema de pagamentos público e eficiente por fora dessas contas?”, questiona o economista americano. “Sim, nós poderíamos. E sabemos disso porque é algo que o Brasil já fez”, acrescenta, mencionando o sucesso do Pix, que já é usado por mais de 90% dos brasileiros, de acordo com dados mais recentes do mercado, e foi só o primeiro passo para a moeda digital que o Banco Central brasileiro deve lançar em breve, o Drex.

Krugman sugeriu, inclusive, que o Pix consegue fazer o que as Criptomoedas se propõe. “Não posso deixar de notar que o Pix está, de fato, conquistando o que os impulsionadores das criptomoedas alegam, falsamente, serem capaz de entregar por meio do blockchain – baixos custos de transaçãoe inclusão financeira”, escreveu o economista. “Basta comparar os 93% de brasileiros que usam o Pix com os 2%, isso mesmo, 2% dos americanos que usaram criptomoedas para comprar algo ou fazer um pagamento em 2024″, escreveu.

Críticas ao Genius Act

O texto foi motivado pela aprovação do “Genius Act”, uma lei que impede as autoridades norte-americanas de criarem uma moeda digital do banco central (Central bank digital currency, ou CBDC). Essas moedas são inspiradas em criptomoedas como o bitcoin, mas com uma diferença fundamental: sua emissão é centralizada pelo Banco Central, ao contrário das bitcoins, cuja emissão é descentralizada

O economista americano diz que os parlamentares republicanos, grandes adversários das moedas digitais de bancos centrais, alegam preocupações com privacidade para barrar a iniciativa, mas que sua verdadeira preocupação é que muitas pessoas optariam por ter moedas digitais do banco central, em vez de contas correntes em bancos privados.

O economista também disse que a nova lei “abre caminho para futuras fraudes e crises financeiras”.

Entenda o “Genius Act”

Assinado na noite de sexta-feira (18), o Genius Act marca uma grande vitória para os apoiadores das criptomoedas, que há tempo fazem lobby por uma estrutura regulatória para dar maior legitimidade ao setor.

O projeto de lei foi aprovado na Câmara por 308 votos a 122, com apoio de quase metade dos democratas e da maioria dos republicanos.

Entre outras coisas, o Genius Act exige que as reservas de stablecoins sejam completamente lastreadas em dólares americanos ou ativos de semelhante liquidez, impondo auditorias anuais para emissores com capitalização de mercado superior a US$ 50 bilhões, e estabelecendo diretrizes para a emissão estrangeira, disse o Money Times.

Um dos pontos ressaltados pelo portal Melhor Investimento é a exclusão da jurisdição da SEC (Securities and Exchange Commission), a agênciaregularoda equivalente à CVM no Brasil. Isso significa que os emissores dessas moedas digitais não estarão sujeitos às normas tradicionais e valores mobiliários, o que deve facilitar o desenvolvimento do mercado e reduzir entraves burocráticos.