O mercado de criptomoedas vem atravessando um momento difícil em decorrência do cenário macroecônomico, com o último trimestre tendo sido decepcionante para os investidores. Para Gustavo Gregório, da QR Asset, o macro ainda seguirá ditando o ritmo do bitcoin.
“O cenário macro está acontecendo de uma forma que, a última vez que havia acontecido, eu nem era nascido. Querendo ou não, ele ainda irá ditar o ritmo. Temos que ver o que o Fed irá fazer, como os mercados vão se comportar e como acontecerá essa recuperação. Algo ali para o final do primeiro semestre do ano que vem”, projetou Gregório em entrevista ao BP Money.
No entanto, para o especialista, se for olhar exclusivamente para esse mercado, é possível perceber que algumas métricas apontam que não há motivo para o mercado ir abaixo.
“Vimos esse ano que, por duas vezes e em um tempo breve, o bitcoin tocou US$ 17 mil. Rapidamente baleias agiram, compraram e defenderam o preço. Quando olhamos exclusivamente o mercado cripto, essas métricas, tudo que foi desdobramento de falência de alavancagem, dos acontecimentos de LUNA, entre outros, não tem muito mais motivos que sejam exclusivos de cripto para o mercado ir abaixo”, destacou o RI [relação com investidor] da QR Asset.
Outubro costuma ser bom para bitcoin
Enquanto setembro é conhecido como o pior mês do ano para o bitcoin, outubro pode ser diferente. Considerando os meses de outubro entre 2010 e 2021, o preço da criptomoeda subiu mais de 369% no mercado.
De acordo com o analista on-chain do BlockTrends, Cauê Oliveira, o mês de outubro é um dos melhores para o bitcoin. Nos últimos doze anos, a criptomoeda terminou esse mês em valorização oito vezes.
Sendo assim, a média de valorização do preço do bitcoin nos últimos meses de outubro é de 29,39%, explica Cauê. No entanto, nos três primeiros dias deste mês, a criptomoeda está com uma desvalorização acumulada em 1,27%.
“Ao analisarmos os dados de performance histórica do Bitcoin conseguimos ver que outubro é estatisticamente o segundo melhor mês em termos de valorização, tendo uma média de alta de 26.39% e um acumulado desde de 2011 de 369.51%”, disse Oliveira ao “Blocktrends”.
No último mês, a criptomoeda acumulou uma desvalorização de 3,01%, sendo que a média dos meses de setembro, entre 2011 e 2021 foi de 4,78%, segundo Cauê Oliveira.
Portanto, nos últimos seis anos, no mês de setembro, o preço do bitcoin terminou em desvalorização. Em 2021, a criptomoeda caiu 7,02% enquanto que em 2020 o preço despencou 7,46%.