A PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) deflagrou uma megaoperação no início da manhã desta quinta-feira (10) para desarticular um esquema milionário de rifas ilegais e lavagem de dinheiro com uso de empresas de fachada. O principal alvo da ação é o influenciador Elizeu Silva Cordeiro, conhecido nas redes sociais como Big Jhoow, ou “Rei das Rifas”.
Além do “Rei das Rifas”, a segunda fase da Operação Huracán também mira Marcelo Alves Lopes, sócio oculto do youtuber Kleber Rodrigues de Moraes, conhecido como Klebim, preso temporariamente na primeira etapa da investigação.
Os mandados de busca e apreensão são cumpridos simultaneamente em Vicente Pires e algumas cidades de Minas Gerais pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF).
A Justiça deferiu o sequestro de uma lancha de luxo, um jet ski e dois carros da marca italiana Lamborghini, avaliados, juntos, em R$ 5 milhões. Também serão bloqueados R$ 12 milhões distribuídos em várias contas bancárias. Apesar de a lancha e o jet ski estarem na lista dos bens sequestrados, a PCDF ainda não localizou esses dois itens.
Lamborghini apreendida pela foi de cantor e ex-jogador
A Lamborghini modelo Gallardo S, avaliada em R$ 1,1 milhão e apreendida na segunda fase da Operação Huracán, pertenceu a figuras famosas dos mundos artístico e esportivo.
Atualmente, o carro de luxo estava na garagem do Big Jhoow. O carrão, no entanto, já foi de Latino. O cantor foi dono do possante de 2012 a 2013 e teria pago cerca de R$ 1,5 milhão pelo veículo. O veículo seria rifado neste sábado (12).
Latino costumava circular com a Lamborghini pela Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde mora. Anos depois, vendeu o carro.
Além do cantor, a performance do carro italiano também chamou a atenção do jogador de futebol Diego Tardelli. O atacante teve passagens pelo São Paulo, Atlético Mineiro, Flamengo, Santos e pela Seleção Brasileira.
Empresas de fachada
Os investigadores identificaram que a outra ponta do esquema no DF ficava sob a responsabilidade de Marcelo Alves. O influenciador , segundo a PCDF, sorteia veículos sem autorização através de uma plataforma na internet. Marcelo já sorteou pelo menos dois veículos e vários Iphones. Tanto Big Jhoow quanto Marcelo usam empresas de fachada para lavar o dinheiro amealhado com as rifas ilegais, segundo informações do Portal Metrópoles, parceiro do BP Money.
As investigações mostram que Marcelo é proprietário das empresas BR Vendas e ML Pagamentos e Comércio de Produtos Eletrônicos. Ambas as empresas deveriam estar situadas em Taguatinga, mas não existem fisicamente.
A primeira estaria sediada em Taguatinga Sul, mas no local existe apenas um lote com uma casa nos fundos. Já a segunda empresa estaria sediada na Quadra QSC 19, mas no local está situado em prédio residencial. No andar foi encontrado apenas um apartamento desocupado.
As investigações também acompanharam o fluxo milionário que percorria a conta bancária dos influenciadores responsáveis pelas rifas ilegais. Tanto Big Jhoow quanto Marcelo Alves usavam laranjas para receber grandes quantias.
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Em apenas dois meses, a conta do influenciador, que tem renda presumida de R$ 4 mil, recebeu R$ 3,1 milhões. Já o influenciador mineiro movimento R$ 5,3 milhões em um período de apenas sete meses. O “Rei das Rifas” se apresenta como leiloeiro com uma suposta renda mensal de R$ 5,3 mil.