O empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins” foi preso em Curitiba, nesta quinta-feira (3), em uma operação da Polícia Federal (PF). Ele é suspeito de comandar fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas.
De acordo com a PF, o Sheik dos Bitcoins teve prisão preventiva decretada após descumprir medidas cautelares. Nesta manhã, os policiais cumpriram o mandado de prisão contra ele, além de dois mandados de busca e apreensão.
O empresário respondia em liberdade sob restrições, como a determinação de que ele não poderia continuar a administrar as empresas ou fazer gestão envolvendo interesses do grupo econômico dele.
Sheik dos Bitcoins é investigado
As investigações começaram em março de 2022, após a Interpol enviar informações e uma solicitação passiva de cooperação policial internacional da Homeland Security Investigations (HSI), vinculada a um dos departamentos da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília.
Em janeiro de 2022, a Interpol informou à PF que uma empresa internacional com atuação nos EUA e o principal gerenciador dela, Francisley Valdevino da Silva, eram investigados pela Força Tarefa de El Dorado, a El Dorado Task Force, da HSI de Nova Iorque.
Silva teria envolvimento com uma conspiração multimilionária de lavagem de dinheiro, a partir de um esquema de pirâmide de investimentos em criptoativos.
Em operação realizada no início de outubro, com o empresário entre os alvos, os policiais apreenderam carros de luxo, grande quantidade de dinheiro em espécie, barras de ouro, cofres, itens importados de vestuário, além de computadores e documentos.
Sheik dos Bitcoins descumpre medidas
A PF informou que, dias depois da deflagração da operação, Francisley passou a realizar encontros frequentes na casa dele, em Curitiba, com funcionários das empresas investigadas.
Entre esses funcionários estavam a gerente financeira do grupo e o responsável pelo design gráfico das plataformas virtuais criadas pelo investigado para prática das fraudes.
Ainda conforme a polícia, a realização dos encontros frequentes com este último funcionário “demonstrou que a organização criminosa continuava ativa e promovendo atos criminosos”.
A PF já havia pedido, por duas vezes, a prisão preventiva de Francisley. Os dois pedidos foram negados pela Justiça Federal.
Entre as possíveis vítimas do esquema está Sasha Meneghel, que, segundo a PF, teve um prejuízo de cerca de R$ 1,2 milhão. A polícia destacou que na lista de vítimas também estão jogadores de futebol, que não tiveram os nomes revelados.
O cantor Wesley Safadão disputa na Justiça contra as vítimas do ‘Sheik dos Bitcoins’ a posse de uma aeronave de R$ 37 milhões. O artista alega ser vítima do golpista e ter recebido a aeronave como garantia de pagamento pelo investimento na empresa de Francisley.
De acordo com o advogado do cantor, o jato foi uma ‘forma de solução de desfazimento da operação’ de moedas digitais. A aeronave é alvo de um processo de arresto feito por vítimas do ‘Sheik dos bitcoins’. Sobre este caso, a defesa de Francisley afirmou anteriormente que a aeronave não tinha restrições judiciais no momento da venda a Wesley.