Tecnologia

Binance não tem sido efetiva contra a lavagem de dinheiro, aponta agência

A maior corretora de criptomoedas do mundo havia prometido seguir regras rígidas de compliance.

A corretora de criptomoedas Binance falhou no combate à lavagem de dinheiro, de acordo com a agência “Reuters” em reportagem publicada nesta segunda-feira (11). A maior exchange de criptomoedas do mundo em volume negociado havia prometido impor regras rígidas de compliance.

Segundo o texto da agência, a corretora optou por realizar apenas tentativas fracas de impedir a prática, além de operar fora das regras seguidas por suas concorrentes. A reportagem também afirma que o CEO da Binance, Changpeng Zhao, ignorou os conselhos de sua equipe sobre a falta de verificações de antecedentes.

“Temos um programa de compliance robusto que incorpora princípios e ferramentas contra lavagem de dinheiro e sanções globais usadas por instituições financeiras para detectar e lidar com atividades suspeitas”, alegou um porta-voz da Binance ao site “CoinDesk”.

Em junho, a Binance foi acusada pela “Reuters” de ter se tornado um “hub para hackers, fraudadores e traficantes de drogas” com fortes ligações com a Hydra, site russo localizado na dark web. A corretora negou as acusações.

Em relato feito ao site “CoinDesk”, Matthew Price, diretor sênior de investigações da Binance, afirmou que todas as corretoras têm exposição indireta aos mercados da dark net. Price também já atuou como principal investigador da Hydra quando trabalhou na Internal Revenue Service (IRS), órgão dos EUA equivalente à Receita Federal do Brasil.

Segundo o chefe global de inteligência da exchange, Tigran Gambaryan, a agência ignorou todos os fatos para impor uma agenda. Price e Gambaryan reiteraram que a Binance tem um processo rigoroso que lida com a exposição a mercados da dark net, fraudes e golpes usando software de análise de blockchain fornecido pelas empresas Chainalysis e Elliptic.

A maior corretora de criptomoedas publicou 50 páginas de trocas de e-mail entre sua equipe de inteligência e a Reuters. Os documentos mostram que a Binance comentou sobre a recuperação de US$ 5,8 milhões do hack da blockchain Ronin, que ocorreu em março, e sua assistência em casos de fraude.

A Binance tinha a visão de que, durante a troca de e-mails, o repórter da Reuters confundiu exposição “indireta” aos mercados da dark net com a “exposição direta”.

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