Após encostar nos US$ 43.300, o avanço do Bitcoin (BTC) parece ter sido freado, mais uma vez, pela performance do S&P 500. A criptomoeda opera próxima a estabilidades, com perdas aproximadamente 0,7% nas últimas 24 horas, sendo cotada a US$ 42.170.
O desempenho do ativo retoma o debate sobre a tese de investimento de reserva do valor como euro e dólar. Até o momento, a cripto apresenta características de um ativo de risco e, por esse motivo, pode ser impactada pelos planos mais agressivos de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e uma possível recessão nos Estados Unidos.
A correlação de 90 dias entre o índice S&P 500 e o BTC cresceu para 0,49% na sexta-feira (18), a maior desde de outubro de 2020, de acordo com dados da Arcane Research.
“A correlação do Bitcoin com o S&P 500 foi maior apenas por cinco dias na história do BTC, mostrando que o atual regime de correlação é sem precedentes na história”, explicou o boletim semanal da Arcane, de acordo com o InfoMoney.
A correlação se fortaleceu à medida que a curva dos juros do Tesouro dos EUA cresceu, o que aponta para uma dificuldade do Fed de evitar a estagflação com rápidas elevações das taxas de juros sem desestabilizar a economia.
A curva de rendimentos agora está somente 20 pontos abaixo da inversão.
“Gostaria de poder dizer que a criptomoeda está realmente respondendo aos fundamentos [inflação alta], mas acho que o principal fundamento aqui é que a criptomoeda está respondendo ao aumento dos preços das ações”, disse Marc Chandler, diretor administrativo e estrategista-chefe de mercado da Bannockburn Global Forex.