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Gestora brasileira KPTL encerra fundos cripto

Saída do mercado teve como impulsionador a queda dos bancos Signature e Silvergate Bank nos EUA

A gestora de venture capital KPTL anunciou, nesta segunda-feira (10), que encerrou seus fundos de cripto, como informou o InfoMoney. A decisão foi tomada, de acordo com a empresa, para proteger o investimento e a liquidez dos investidores em meio à crise bancária dos EUA, que culminou no fechamento do Signature e o Silvergate Bank no mês passado.

Os produtos encerrados foram o Bohr Arbitrage Crypto Fund L.P, um fundo de arbitragem dedicado a operar derivativos em criptoativos através de uma estrutura offshore, que teve 73% de retorno em 34 meses; o Appia Long/Short Fund L.P, versão mais arrojada do Bohr, com foco em variação do preço futuro de criptomoedas; e o Lupa Web3 Fund L.P, focado em investimentos em tokens não fungíveis (NFTs), aplicações descentralizadas (DeFi), games e metaversos.

A KPTL começou a apostar em criptos em 2020, quando lançou o Bohr, fundo que acumulou 73% de retorno em 34 meses. Juntos, os fundos da casa captaram R$ 55 milhões até o final de 2021. Para quem era investidor, o KPTL informou, segundo o InfoMoney, que as posições adquiridas serão devolvidas 100%.

“A prioridade foi proteger o investimento e a liquidez dos investidores. Apesar de tudo, tivemos ótimos resultados nessa vertical, mas a operação poderia se tornar mais arriscada. Por isso tomamos a decisão proativa de encerrar os fundos e não foi fácil, até porque neste mês o Bohr entregaria 4% de rentabilidade”, disse CEO da KPTL, Renato Ramalho.

Crise no mundo cripto?

Segundo informou o InfoMoney, a quebra do Signature e o Silvergate Bank foi um baque para o setor porque as duas instituições serviam de ponte entre dólares e ativos digitais por meio de parcerias com corretoras cripto norte-americanas.

Esse é o segundo caso no ano de uma gestora brasileira saindo do mercado cripto por causa da instabilidade do setor. Em janeiro, a Giant Steps encerrou seus fundos com exposição a ativos digitais – Giant Satoshi II Master, Giant Satoshi Cripto Advisory e Giant Satoshi Cripto – por causa da falência da exchange FTX.

“Os acontecimentos recentes envolvendo a FTX revelam uma enorme insegurança institucional que ainda permeia o ecossistema de criptomoedas como um todo, com desdobramentos ainda desconhecidos”, disse a gestora em carta enviada aos investidores.

A FTX, que um dia ocupou o posto de maior corretora cripto do mercado, entrou com pedido de falência em novembro do ano passado em meio a denúncias de fraude e má gestão de recursos dos investidores.