Um pioneiro da inteligência artificial, o programador Geoffrey Hinton, alertou para os perigos que a tecnologia pode trazer para a humanidade. Nesta segunda-feira (1), ele aderiu oficialmente ao crescente coro de críticos que dizem que essas empresas estão correndo para o perigo com sua campanha agressiva para criar produtos baseados em IA generativa, a tecnologia que alimenta chatbots populares como o ChatGPT.
Hinton disse que deixou seu cargo no Google, onde trabalhou durante mais de uma década e se tornou uma das vozes mais respeitadas do setor, para poder falar livremente sobre os riscos da IA. Uma parte dele agora se arrepende do trabalho de sua vida, disse. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
“Eu me consolo com a desculpa normal: se eu não tivesse feito isso, outra pessoa teria”, disse Hinton durante uma longa entrevista na semana passada na sala de jantar de sua casa em Toronto, a uma curta caminhada de onde ele e seus alunos fizeram sua descoberta.
A jornada de Hinton de pioneiro da IA a arauto da derrota marca um momento notável para a indústria tecnológica, talvez em seu ponto de inflexão mais importante em décadas. Os líderes do setor acreditam que os novos sistemas de IA podem ser tão importantes quanto a introdução do navegador da Web no início dos anos 1990, e poderão levar a avanços em áreas que vão da pesquisa de medicamentos à educação.
Mas o medo de que estejam liberando algo perigoso na natureza atormenta muitos membros importantes da indústria. A IA generativa já pode ser uma ferramenta de desinformação. Em breve, poderá ser um risco para os empregos. Em algum momento, dizem os mais preocupados com a tecnologia, poderá ser um risco para a humanidade.
ChatGPT cumpre exigências e é reestabelecido na Itália
O ChatGPT já pode ser acessado na Itália conforme relatam usuários e confirmam políticos nas redes sociais nesta sexta-feira (28). O robô produzido pela OpenAI foi proibido de operar no país no início desse mês por incertezas regulatórias por parte da autoridade italiana de proteção de dados.
Desde então, a empresa disse que forneceria maior visibilidade sobre sua política de privacidade e seu formulário de exclusão de conteúdo do usuário. As informações são do Moneytimes.
De acordo com a publicação, em um dos movimentos direcionados a esse problema, a OpenAI liberou nesta semana uma ferramenta que permite ativar o anonimato do chat entre ele e o usuário que não desejar a coleta de dados.
Antes da funcionalidade, todo histórico o usuário poderia ser utilizado para o treinamento da inteligência artificial – ou seja, o bate-papo que os usuários eram de propriedade da empresa para fins de pesquisa.
O vice-primeiro ministro, Matteo Salvini, afirmou em suas redes sociais que o banimento do ChatGPT foi uma perda de oportunidade, e um atraso para as startups que querem desenvolver tecnologia no país. Ele ainda afirma que a regulação já está sendo discutida no Senado.
“No Senado, a Liga acompanha uma pesquisa sobre IA, em especial do tipo generativa, com relator próprio, para garantir que a indústria italiana, as startups e todo o país não percam oportunidades de desenvolvimento e crescimento em um momento de crise”, escreveu.