Tecnologia e Mercado

iPhone volta a crescer na China após dois anos

Com alta de 8% no segundo trimestre, empresa americana mostra reação em mercado estratégico; Huawei lidera com avanço de 12%

Foto: Unsplash / Apple
Foto: Unsplash / Apple

As vendas de iPhones na China cresceram 8% no segundo trimestre deste ano, segundo dados da consultoria Counterpoint Research. É a primeira vez em dois anos que a Apple registra avanço no mercado chinês, um dos mais importantes para a empresa.

O crescimento, registrado nos três meses encerrados em junho, representa uma possível inflexão nos negócios da gigante americana no país asiático.

A última vez que a companhia teve resultado positivo nesse mercado foi no segundo trimestre de 2023.

O desempenho recente foi impulsionado por promoções realizadas em maio, com destaque para descontos em modelos da linha iPhone 16, lançados em 2024, nas principais plataformas de e-commerce da China.

A Apple também ampliou os valores pagos nos programas de recompra de aparelhos usados.

“O ajuste de preços do iPhone em maio foi feito na hora certa e teve boa aceitação, vindo uma semana antes do festival de compras 618”, afirmou Ethan Qi, diretor associado da Counterpoint.

O festival 618 é uma das maiores datas do varejo chinês, com promoções ao longo de todo o mês de junho.

Cenário desafiador para a Apple

Apesar do avanço, o cenário segue desafiador para a Apple. A companhia tem sido pressionada tanto por fatores geopolíticos quanto pela concorrência local.

O presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a sugerir tarifas contra a Apple e pediu que os aparelhos voltassem a ser produzidos em solo americano, proposta considerada pouco viável por especialistas.

No campo comercial, a Huawei voltou a ganhar força após lançar, em 2023, um smartphone de alto desempenho com chip fabricado na China.

Desde então, a marca chinesa acelerou seu ritmo de lançamentos e tem reconquistado consumidores que migraram para o iPhone nos anos anteriores.

Segundo a Counterpoint, as vendas da Huawei cresceram 12% no segundo trimestre, acima da taxa da Apple. A fabricante assumiu a liderança em participação de mercado na China, ultrapassando a Vivo. A Apple caiu para a terceira posição.

“A Huawei continua forte graças à fidelidade de seus usuários, que estão trocando seus celulares antigos por novos lançamentos da marca”, afirmou Ivan Lam, analista sênior da consultoria.

Para investidores da Apple, a retomada no mercado chinês pode sinalizar alguma estabilidade após um ano difícil: em 2024, as ações da companhia acumulam queda de cerca de 15%.