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Quanto o Brasil tem em reservas internacionais?

Apenas em 2018 o custo de carregamento, que é o gasto gerado pela manutenção das reservas, foi de R$ 55 bilhões

Um dos grandes pilares da economia brasileira são as reservas internacionais, que movimentam milhões mensalmente. Mas o que são essas reservas e qual sua importância? 

Reservas internacionais, também conhecidos como reservas cambiais, são ativos (crédito) que os países têm em moeda estrangeira. No caso do Brasil, por exemplo, a moeda majoritária o dólar.  

Essas reservas são como uma espécie de seguro para o país manter o cumprimento das suas obrigações no exterior, como empréstimos com outros países, por exemplo. Além disso, também auxiliam na estabilidade diante de choques de natureza externa, como a crise de 2008, e de interrupções nos fluxos de capital para o país. 

No entanto, atualmente o Brasil está longe de sofrer com um destes problemas, sendo que seu estoque de reservas internacionais está entre os dez maiores do mundo, com um valor equivalente a um total de US$353,44 bilhões. 

Desde 1999, o Brasil adota o regime de câmbio flutuante, ou seja, o valor da moeda (real) é ditado pelo mercado, através da oferta e demanda, sem interferência direta e constante do governo. Entretanto, o regime cambial brasileiro é considerado câmbio sujo, pois ainda há, por vezes, interferência do Estado, não sendo totalmente livre da ação governamental.  

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As reservas internacionais do Brasil são compostas de títulos (investimentos garantidos pelo tesouro), depósitos em moeda, direitos especiais de saque junto ao Fundo Monetário Internacional — um tipo de moeda internacional criado pelo FMI e utilizado pelos Bancos Centrais, depósitos no Banco de Compensações Internacionais — esses depósitos são feitos no BIS, uma organização internacional que reúne e ajuda os Bancos Centrais do mundo a regrar o sistema financeiro e monetário internacional, ouro, e alguns outros. 

Para que o Banco Central possa comprar dólares do mercado para abastecer as reservas, o governo emite títulos da dívida, títulos estes que vão ser pagos com juros aos credores, fazendo assim com que a manutenção das reservas custe caro. Esses títulos são “empréstimos” que o Estado faz para custear a máquina pública. Os investidores emprestam dinheiro ao governo e depois são pagos por estes “títulos”. 

Mesmo que governo brasileiro também aplique as reservas como, por exemplo, em títulos da dívida americana, a conta ainda é alta. O que acontece é que o governo brasileiro compra títulos dos EUA tornando-se credor do Estado norte-americano, contudo, como o juro brasileiro ainda é maior do que o dos Estados Unidos, a conta permanece deficitária. Isso significa que pagamos mais para ter as reservas do que o que ganhamos com elas. 

Apenas em 2018 o custo de carregamento, que é o gasto gerado pela manutenção das reservas, foi de R$ 55 bilhões.