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Stablecoins podem impactar os empréstimos bancários, diz Fed  

Pesquisadores do Federal Reserve Bank de NY apresentam possíveis cenários para as criptomoedas estáveis 

As stablecoins, nome dado para as criptomoedas estáveis, estão crescendo de forma tão acelerada que os reguladores estão começando ficar preocupados com o potencial das moedas de minar os empréstimos bancários tradicionais. 

Por isso, durante esta semana, pesquisadores do Federal Reserve Bank of Nova York divulgaram um estudo acadêmico onde tentaram prever o impacto nos empréstimos bancários sob três estruturas regulatórias diferentes para stablecoins. 

Segundo os pesquisadores, a oferta circulante de stablecoins quintuplicou para quase US$ 130 bilhões em setembro. De lá para cá, esse valor cresceu para pelo menos US$ 155 bilhões. 

“Se as stablecoins tivessem ampla adoção em todo o sistema financeiro, elas poderiam ter um impacto significativo nos balanços das instituições financeiras”, escreveram. 

De acordo como que foi publicado no estudo, “com salvaguardas e regulamentações apropriadas, as criptomoedas estabilizadas têm o potencial de fornecer um nível de estabilidade que está no mesmo nível das formas tradicionais de valor seguro”. 

Esses mesmos pesquisadores também se propuseram a analisar vários cenários plausíveis nos quais as stablecoins lastreadas em reservas têm ampla adoção no sistema financeiro. 

O primeiro cenário é o Narrow banks, estrutura para essas criptos onde o dinheiro físico seria tokenizado e os emissores seriam obrigados a apoiar suas stablecoins com reservas do banco central. 

No caso dos empréstimos bancários, os impactos seriam mínimos em grande parte.  Entretanto, quando o assunto é depósitos, essa estrutura pode ter um efeito negativo já que o financiamento garantido por depósitos para empréstimos seria reduzido, uma vez que os depósitos regulares dos bancos comerciais seriam movidos para contas separadas no banco central. 

Como as stablecoins agiriam efetivamente como uma moeda digital de banco central, sua fixação de taxa de câmbio da moeda em outra moeda estrangeira, colocando o preço em US$ 1, por exemplo, viriam com estabilidade garantida. 

O segundo cenário seria dividido em intermediação de duas camadas, assim as stablecoins seriam lastreadas por depósitos mantidos em bancos comerciais. Então os bancos poderiam emprestar as stablecoins para novos mutuários. Para que esse método obtenha sucesso, é necessário que tratamento de depósitos de stablecoins seja o mesmo que para os depósitos de não stablecoins quando se trata de limites regulatórios. 

Diferente do narrow bank, grandes entradas em criptomoedas estáveis podem ter um impacto positivo nos empréstimos, já os balanços gerais e os ativos dos bancos comerciais e centrais permaneceriam inalterados. 

Títulos como reserva, seriam o terceiro e último caso. A estrutura demandaria que títulos equivalentes a dinheiro fossem mantidos como garantia de reserva para stablecoins. Assim o balanço do banco central encolheria rapidamente com reservas bancárias mais baixas. O impacto sobre os empréstimos se manteria neutro, já que os depósitos dos bancos comerciais seriam reciclados de volta ao sistema bancário. 

Ao fim do estudo, os pesquisadores concluíram que o sistema de “duas camadas” poderia ajudar a manter as formas tradicionais de empréstimos bancários, mesmo com o crescimento das criptomoedas estáveis.

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