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Títulos de capitalização: vale a pena investir?

Atualmente existem vários títulos de capitalização emitidos pelas instituições financeiras divididos por tipos, mas todos funcionam de maneira parecida

Os títulos de capitalização funcionam como um título de crédito e são uma modalidade de aplicação oferecida por instituições bancária. 

O cliente paga um valor mensal, ou de acordo com o prazo escolhido, para ter direito de participação nos sorteios. Os bancos propõem o desconto mensal de determinado valor da conta do cliente, para assim ele consiga participar durante um período de sorteios com prêmios em dinheiro. 

Os títulos de capitalização não podem ser considerados como investimentos, mesmo gerando um rendimento mínimo, já que o retorno fica abaixo da inflação. Além de ser um dos fatores pelo qual esse tipo de crédito não é indicado, na prática o cliente continua perdendo poder de compra.  

Normalmente os clientes que optam por títulos assim, são aqueles que não conseguem juntar dinheiro por conta própria, e veem nos títulos uma maneira de se obrigarem a poupar. 

Apesar de serem regulados pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), as garantias dos títulos derivam dos próprios bancos. Por esse motivo, eles não são como a poupança, que conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).  

Atualmente existem vários títulos de capitalização emitidos pelas instituições financeiras divididos por tipos, mas todos funcionam de maneira parecida. O primeiro passo depois de adquirir o título é escolher qual vai ser o metódo pagamento. As possibilidades são o Pagamento Único (PU), Pagamento Mensal (PM) ou Pagamento Periódico (PP).  

No pagamento estão incluídos diversos custos, como por exemplo, as despesas administrativas da instituição (cota de carregamento) e o custeio dos prêmios (cota de sorteio). Ou seja, não é todo o dinheiro aplicado que terá rentabilidade.  A parte rende é chamada de cota de capitalização.  

A maior parte dos títulos de capitalização possuem a rentabilidade atrelada à taxa referencial, que no momento está zerada e uma outra taxa definida no ato de compra, que deve ser no mínimo de 0,1%.  É por esse motivo que na prática o dinheiro não rende quase nada.  

Ao comprar o título, o cliente deve ainda tomar conhecimento dos prazos de pagamento, que se refere ao tempo em que será realizado o pagamento do título. Outro prazo importante é o de vigência, que é o período entre o início e o fim da aplicação.  

Por fim, temos o prazo de carência, que diz o tempo mínimo que o cliente deve deixar o dinheiro aplicado. Do contrário, ele terá que pagar uma multa de até 10% do capital aplicado para realizar o resgate.  

Os títulos de capitalização podem ser divididos em quatro categorias que se adequam ao perfil do investidor. No título tradicional o cliente só pode fazer o resgate integral do dinheiro aplicado ao final do prazo de vigência. Portanto, caso escolha realizar o resgate antes, ele pode conseguir uma quantia inferior ao total aplicado. Logo, a devolução total do dinheiro só é feita se o cliente não estiver em déficit no pagamento.  

Na opção de título popular, a prioridade é dada para os sorteios com prêmios atrativos. Para cada mês de validade do título é realizado, no mínimo, um sorteio.  

Já a opção programada é um pouco diferente das demais por dar ao consumidor a possibilidade de escolher no ato de compra, se ele prefere receber a quantia aplicada ou um serviço.  

O título de capitalização de incentivo é aquele ligado a um evento promocional de incentivo, realizado por agências bancárias. Para participar dos sorteios, os clientes devem manter os pagamentos em dia.  

Para o resgate dos títulos de capitalização existem algumas modalidades, como o resgate antecipado que acontece quando o cliente deseja a devolução do dinheiro aplicado, antes do final do prazo de vigência. Nesta opção, só é possível fazer o resgate de parte do valor aplicado. 

No resgate parcial, o cliente pode solicitar uma parte do valor que ele aplicou. Essa opção não é oferecida por todos os títulos de capitalização. Os que oferecem, por exemplo, possuem regras em relação ao valor máximo e mínimo, que deve permanecer com a instituição financeira. O resgate no final do prazo de vigência traz consigo a correção pela taxa usada como base. 

Vale a pena ou não? 

Os títulos de capitalização não valem a pena por possuírem diversas desvantagens, dentre elas está o fato de não ser investimento, já que para considerado como um investimento um ativo deve trazer uma rentabilidade de preferência acima da inflação, o que muitas vezes não acontece com os títulos de capitalização. 

Outro ponto negativo é que a rentabilidade dos títulos de capitalização é tão pequena, que fica abaixo da caderneta de poupança (que também rende pouco). Um dos motivos para isso acontecer é que apenas uma parte do dinheiro aplicado é destinado a cota de capitalização, já que as outras duas partes são voltadas para o sorteio e as taxas do banco.  

Existem algumas opções de resgatar o dinheiro antes do prazo, mas existem regras e prazos de carência para isso. Por isso, podemos considerar que os títulos de capitalização não possuem uma boa liquidez, já que o dinheiro deve ficar aplicado até o final do prazo. 

Apesar da possibilidade de ganhar um prêmio chamar a atenção de muitas pessoas, na prática, as probabilidades de ganhar no sorteio são pequenas. Ou seja, parte do seu dinheiro será destinado aos prêmios, mas as chances de você ganhar são mínimas.

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