Tecnologia

X/Twitter vale menos da metade do que foi pago por Musk 

Plataforma distribuiu concessões de ações aos funcionários mostrando que valia cerca de US$ 19 bilhões

O X, antigo Twitter, reduziu seu valor de mercado para menos da metade do que foi pago pelo bilionário Elon Musk na compra da rede social. Segundo reportagem do The New York Times, a plataforma distribuiu concessões de ações aos funcionários nesta segunda-feira (30), mostrando que valia cerca de US$ 19 bilhões.

O valor é cerca de 55% menor na comparação com os US$ 44 bilhões pagos por Musk pela empresa há um ano. Na época, o bilionário pagou US$ 54,20 por ação para comprar o Twitter. Desde então, o bilionário disse que pagou caro pela rede social. Em março, ele escreveu em um e-mail aos funcionários que acreditava que a empresa valia US$ 20 bilhões, chamando-a de “start-up inversa”.

Na documentação para as novas concessões de ações, X disse que seria oferecido US$ 45 por ação na forma de unidades de ações restritas, que os funcionários podem ganhar ao longo do tempo. Os trabalhadores da empresa ainda serão pagos em dinheiro no valor de US$ 54,20 por quaisquer ações em circulação que lhes tenham sido concedidas na gestão anterior, disse a empresa.

De acordo com a publicação, não está claro o motivos das ações não apresentarem queda da mesma forma que a avaliação da empresa, embora X pudesse ter alterado a quantidade de ações em circulação.

Procurada , a empresa não respondeu aos pedidos de comentário.

Queda de usuários e receita 1 ano após compra por Musk

Perda de usuários ativos e queda de receita com campanhas publicitárias. Este é o saldo do X, antigo Twitter, um ano após a compra da plataforma pelo bilionário Elon Musk, que pagou US$ 44 bilhões para adquirir a rede social.

A empresa deve fechar 2023 gerando US$ 3,31 bilhões com campanhas publicitárias, sua principal fonte de receita, segundo dados da consultoria alemã Statista. O resultado representa uma queda de 30% ante a receita de US$ 4,73 bilhões obtida no ano passado. As informações são do “Valor”.

A partir deste ano, a consultoria projeta um recuo sequencial da receita do antigo Twitter com publicidade, pelo menos até 2027, quando o resultado deve somar US$ 2,7 bilhões.

Segundo a consultoria, o volume de usuários da rede social também inicia uma trajetória de queda a partir de 2023, com projeção de recuo de 2,7% no volume de usuários em relação a 2022, quando houve crescimento de 2% em base anual, mostram dados da consultoria eMarketer.

Em 2024 e 2025, a eMarketer projeta quedas mais acentuadas na base de usuários, de 4,1% e 4,9%, respectivamente. Já concorrentes com bases maiores de seguidores, como Facebook e Instagram, da Meta, e TikTok, da ByteDance, têm projeções de aumento no volume de usuários para os próximos três anos.

“Um ano após a aquisição do Twitter, Musk não conseguiu realizar nenhuma melhora significativa na plataforma e não está perto de alcançar a visão de criar um ‘aplicativo de tudo’”, disse Jasmine Enberg, diretora de análises da consultoria de mercado Insider Intelligence.

Na avaliação da especialista, “as feridas do X foram quase que inteiramente autoinfligidas” referindo-se ao tratamento dado por Musk à plataforma como uma empresa de tecnologia, em vez de uma rede social alimentada por pessoas e receita com publicidade, o que gerou o êxodo de anunciantes, declínio de usuários e de seu lugar como um centro para notícias.

“A demissão de funcionários antigos e de confiança do Twitter, que poderiam ter ajudado a evitar alguns dos problemas, agravou ainda mais a crise”, observa Enberg.

Poucos dias após anunciar a aquisição do então Twitter, Musk demitiu metade de seus funcionários no mundo todo e os cortes tiveram continuidade. Em janeiro, segundo uma reportagem do site CNBC, a empresa havia reduzido o contingente em 80%, para 1.300 colaboradores.

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