Mundo

CPI dos EUA fica estável; mais fraco do que o esperado

Núcleo da inflação, que desconsidera as variações de alimentos e energia, teve alta mensal de 0,2%; avanço anual nessa leitura foi de 4,0%

O Índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA permaneceu inalterado (0,0%) em outubro em comparação com setembro, conforme dados ajustados sazonalmente divulgados nesta terça-feira (14) pelo Departamento do Trabalho dos EUA. Em relação a outubro de 2022, houve um aumento de 3,2%.

O dado ficou abaixo das expectativas, já que a projeção consensual da Refinitiv era um aumento de 0,1% na leitura mensal e uma inflação de 3,3% na base anual.

O núcleo da inflação, que exclui as variações de alimentos e energia, registrou um aumento mensal de 0,2%, em comparação com 0,3% em setembro, enquanto a variação anual nessa leitura foi de 4,0%. O comportamento do núcleo da inflação é frequentemente monitorado de perto pelos tomadores de decisão em política monetária, pois tende a ser um indicador mais confiável das tendências a longo prazo.

Em outubro, o índice de habitação manteve sua trajetória ascendente, compensando a queda nos preços da gasolina e contribuindo para a estabilidade do índice dessazonalizado ao longo do mês. O índice de energia registrou uma redução de 2,5% durante o período, sendo que a diminuição de 5,0% no índice da gasolina mais do que compensou os aumentos nos outros preços de energia.

O índice de alimentos registrou um aumento de 0,3% em outubro, seguindo uma alta de 0,2% em setembro. O índice de alimentação em casa teve um crescimento de 0,3% no mês, enquanto a alimentação fora de casa apresentou uma elevação de 0,4%.

Busca por risco faz despencar ativos seguros 

O CPI indica que a inflação nos EUA está desacelerando, uma tendência que, na visão de analistas, poderá levar a uma mudança de postura do Federal Reserve (Fed) em breve. Conforme indicado pelo CME Group, após a divulgação do CPI, o mercado antecipa a possibilidade de um primeiro corte de juros do Fed, movendo a expectativa de junho para maio.

Além disso, a perspectiva de uma política monetária menos conservadora provocou a desvalorização dos títulos do Tesouro americano, resultando em uma significativa queda nos rendimentos após a divulgação do dado. Da mesma forma, o dólar foi penalizado em face da possibilidade de uma postura menos inclinada do Federal Reserve a aumentar as taxas de juros no futuro.